BOLETIM 05
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METAIS.
CURIOSIDADES.
HISTÓRIAS DA FEIRINHA DO LARGO DA ORDEM.
LISTAS DE VENDAS.
AS CÉDULAS PARTICULARES E O COLECIONISMO.
AS CÉDULAS FALSAS DE 50 REAIS.
CARTÕES TELEFÔNICOS.
NOSSOS SÓCIOS.
NOVAS MOEDAS BRASILEIRAS.
NOVAS CÉDULAS ESTRANGEIRAS: CURIOSAS.
NOVIDADES NA PRAÇA.
ELEIÇÃO DE DIRETORIA DA S.N.P.
ANUIDADES 1997.
PARA REFLETIR.
TEM GENTE QUE ACREDITA.
"NOTÍCIA DE JORNAL"
O BOLETIM Nº 5
EPISÓDIOS DO COTIDIANO.
A MOEDA DE 2.000 RÉIS DE 1937.
NOVO CATÁLOGO DE CÉDULAS.
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METAIS
OURO - desde as primeiras até 1922. Esporadicamente após isso, algumas comemorativas. Título 916 e 2/3, isto é, da parcela de 1.000, o que vem a resultar 22 quilates. A de Cr$ 300,00 de 1972, sesquicentenário, tem sua titulagem de 920. Se dividirmos 22 por 24, teremos 916,666... , que é o título que aparece nos escritos de 916 e 2/3.
PRATA - desde as primeiras até 1938, excetuando-se
algumas comemorativas posteriores. Quanto a sua titulagem, foram utilizadas
diversas, por exemplo, NCz$ 200,00 de 1989 - 999,9 - praticamente
pura. Cr$500,00 de 1992, Cr$2.000,00 de 1992 e R$ 2,00 de 1994 - título
925.
As de 1889 república até as de
1900 - título 917.
De 1851 a 1867 e de 1886 a 1889 - título
916 e 2/3, como também as de 20, 40, 75, 80, 100, 150, 160, 200
(exceto de 1867 a 1869), 300, 320, 400 (exceto a de 1900), 500 (exceto
de 1867 a 1868 e 1889 República), 640, 1.000 (exceto 1869 e de 1889
República a 1900) e 2.000 réis (exceto 1868 a 1876, 1891
a 1900). As de 960 réis tem sua titulagem em 896.
No período de 1867 a 1869 para os valores
de 200 e 500 réis - título 835.
1.000 réis - título 900 (só
a de 1869)
As de 2.000 réis, também título
900 (1868 a 1876)
Já na República, que havia iniciado
com título de 917, a partir de 1906, caiu para 900 até 1913.
De 1922 a 1935 - 500, meia prata. As de 5.000 réis Santos Dumont,
são de titulagem 600. O Cr$ 20,00 de 1972-sesqui - 900. As últimas
comemorativas chegaram a 925 e a 999,9.
Como se vê, a titulagem da prata através
dos tempos, é bem variável, indo de 50% a 99,9%.
NÍQUEL - As moedas ditas de “níquel”, que vão de 1871 a 1942, são impropriamente assim chamadas. Isto porque na verdade, o metal sobre a qual foram cunhadas, é cupro-níquel. a composição é de 25% de níquel e 75% de cobre. As de 1.942, ditas “níquel rosa”, são de 88% de cobre e 12% de níquel. Mas houveram emissões de níquel puro: Cr$ 1,00 de 1970 e 1972 e Cr$ 0,50 de 1967. As demais de Cr$ 1,00, Cr$ 0,50, Cr$ 0,20 e Cr$ 0,10, mesmo de 1967, são de 75% de cobre e 25% de níquel. Para quem não tiver muita experiência em separar o níquel puro do cupro-níquel, mesmo nas moedas estrangeiras, há uma maneira bastante simples. As de níquel puro, são atraídas pelo imã, as de liga, não.
COBRE - Em todas as moedas emitidas pelo Brasil, a titulagem é 1.000, ou seja, cobre puro. Aliás são das únicas de metal puro.
BRONZE - período de 1868 a 1912 - valores de 2, 1 e ½ vintém. Na verdade, é quase cobre puro - 95%, mais 4% de estanho e 1% de zinco.
BRONZE-ALUMÍNIO - as moedas amarelas, também
conhecidas como de latão, ou de torneiras de jardim. No Brasil,
iniciaram-se em 1922, indo até 1956, com pequenas variações
percentuais de liga e de metais, ex.:
2.000 réis - 1936 a 1939, 1.000 réis
- 1936 a 1938, 500 réis - 1936 a 1938 e o padrão cruzeiro
(1942 a 1956), exceto as de níquel rosa (1942 e 1943) - são
90% de cobre, 8% de alumínio e 2% de zinco. Já as de 1.000
réis e 500 réis de 1922 a 1932 e a de 1939, são: 91%
de cobre e 9 % de alumínio. Não há o zinco.
Aqui é de se meditar sobre o poderio dos
metais. 75% de cobre com 25% de níquel - a moeda fica níquel
- vence a minoria.
90% ou 91% de cobre, com 8% ou 9% de alumínio,
a moeda fica amarela.
ALUMÍNIO - curto período no Brasil. 1956 a 1961. Começou a ser usado em moedas em 1907. A sua titulagem é de 99,5% de alumínio e 0,5% de outros elementos. Portanto não é puro.
AÇO INOXIDÁVEL - as primeiras moedas no Brasil surgiram em 1967 e vem se mantendo até os nossos dias. A partir de 1998, estão previstas as coloridas, mas que na verdade é coloração do metal. Técnica nova implantada em moedas a partir de 1993. É a liga mais barata atualmente, pelo menos no Brasil. É tão barato, que as moedas desse metal, não são refundidas, porque tal operação é simplesmente antieconômica.
Em Ensaios Monetários e Provas de Cunho,
o Brasil utilizou-se também de:
CHUMBO - 960 réis de 1809 e 400 réis
de 1917.
PALÁDIO - 10 réis de 1863.
ALPACA - 20 réis de 1861, 50 réis
de 1922 , 200 réis de 1901, etc.
ZINCO - 20 réis de 1864, 2.000 réis
de 1935 e 500 réis de 1936
PLATINA - 2.000 réis s/d (2º Império)
LATÃO - Cr$ 0,50 de 1941, Cr$ 300,00 de
1972.
MADEIRA - Entre 1870 a 1887, utilizou-se também
para ensaios ou provas.
A alpaca não é um metal puro, mas
uma liga composta de níquel, cobre e zinco. Da prata, não
passa nem perto.
CURIOSIDADES
Outro dia me perguntaram o que quer dizer, esterlina.
-É a libra-esterlina.
-Isso eu sei. Quero saber, o que quer dizer “esterlina”.
Libra eu sei que é peso...
-Ah! Aí complica. Vamos tentar. Esterlina,
vem do inglês “sterling”, que quer dizer, puro de lei.
- Entendi. Quer dizer que a moeda inglesa, tem
um determinado peso, com metal puro conforme a lei.
-É, mais ou menos isso. Aquele negócio
de quilatagem, coisa e tal. Nas libras, bate tudo certinho, peso, quilates,
etc..., até nas falsas. Entendeu?
-O.K. Jóia.
-É, libra é bom para se fazer jóia.
# # # # #
Dizem que era só o Brasil que entendia de inflação. Era nada. Tanto é que acabou. Já pararam para pensar, quantas vezes a Iugoslávia, cortou, descortou e descartou zeros, só nos anos 90?
$ $ $ $ $
Já repararam que nos filmes que passam
na TV, sempre que alguém apronta uma das boas, quase sempre ele
viaja ou pretende viajar para o Rio de Janeiro?
Por que esse pessoal não viaja para Buenos
Aires, Estocolmo, Atenas, Johannesburgo, Roma...., esses lugares?
HISTÓRIAS DA FEIRINHA DO LARGO DA ORDEM
- O Sr. compra?
- Não Sr., eu fabrico.
- O que a gente faz com isso?
- Posso dizer?
Ou para aquelas moedas do bandeijão, tipo
3 por R$ 1,00.
- O Sr. paga esses preços?
- Não Senhor, eu pago mais caro.
- Isso aqui é para vender?
- Não, é só exposição.
- Autografada por quem?
- Pelo Bispo.
Outra:Duas cédulas idênticas, micro-chancelas
diferentes...
- Por que a diferença de preço
em duas notas iguais?
- Pra vender a mais barata.
- A Nicarágua fica na África?
- Não, fica para lá do Rio de Janeiro.
Quase no fim.
- O Sr. tem aquela moeda da Princesa Isabel?
- Tenho sim. Tudo o que for de 1901, é
a própria. Pode levar.
- Mas aqui não diz 1901.
- Diz. Veja em baixo da “estrela”, em cima de
Brasil.
- Mas, aqui tem um “ MCMI ”.
No fim a gente vai embora e de saco cheio...
LISTAS DE VENDAS
2) Na venda sob ofertas dos Numismatas associados
de Brasília, de 12 de abril de 1997, também achamos uma preciosidade.
Tudo bem separadinho, as vendas deles, abrangem
tudo o que é de colecionismo. Lá nas fls. 4, tem: Bônus,
Apólices, Catálogos. Muito bem, no lote nº 224 - Catálogo
de Cédulas e Moedas do Brasil - 1942 a 1967 - Álvaro da Conceição
- nº 187 - autografado - inicial R$ 10,00.
Bem descritinho. Talvez faltando dizer, que a
apresentação da obra foi de José Benedito de Moura,
então Presidente da Sociedade Numismática Brasileira, de
que o distribuidor foi Arnaldo Russo, de que a edição foi
de 1500 exemplares, que publica o único exemplar da cédula
de 200.000 réis da 17ª estampa, carimbada para cruzeiro, que
publica uma série de Tamoios emitida pela CMdB em 1965, a relação
de ministros da Fazenda de 1942 a 1968, incluindo interinos e mais um montão
de informações. Eu diria que foi o primeiro catálogo
comercial de cédulas brasileiras e um dos primeiros a publicar as
principais variantes do padrão cruzeiro, na parte de moedas: níquel
rosa (1943), siglas (1944 e 1945). Os catálogos vigentes à
época (Santos Leitão e Panetta) não publicavam essas
nuances. Uma obra de vulto. Pena que ficou nas 1ªs edições.
Tudo isso por 10 reais é de graça. Quem não tem, vá
correndo.
Só que o nome do Autor é Álvaro
Augusto Gonçalves. Não sei donde o Cléber, achou esse
Álvaro da Conceição...
Mas amigo Cléber, não ligue. Dizem
que os gênios não erram, simplesmente se enganam. E só
erra, ou se engana, quem faz...
* * * * *
Falando em listagens, já notaram como não
se recebe mais nada, com selos comemorativos? É que as franquias
simplesmente não os têm.
Mesmo nos correios, quando entramos, são
nos oferecidos de tudo, menos selos. São loterias, lotos senas,
piquet, prost, esquinas, quadras, quarteirões e por aí vai.
Selos comemorativos dirijam-se à agência filatélica
que fica lá na Rua Benjamin Constant, perto da rodoviária
velha. Uma viagem.. Mais longo que o antigo escritório do Eduardo
Freire, que há bom tempo mudou para a galeria do comércio,
na praça Osório.
AS CÉDULAS PARTICULARES E O COLECIONISMO
AS CÉDULAS FALSAS DE 50 REAIS
CARTÕES TELEFÔNICOS
NOSSOS SÓCIOS
(Continuação da lista do boletim nº 4 )
Nº NOME
CIDADE ESTADO
324 Roberto Angolo da Silva São. José
dos Pinhais PR
325 Jurandi da Silva São Paulo SP
326 Ernesto Alberto Cohn Curitiba PR
327 Adriano Nery da Silva Uberlândia MG
328 Luiz Cláudio L. S. Martins São.
José dos Campos SP
* ingressaram na S.N.P. no ano de 1997, a partir
do sócio nº 324.
continua no próximo boletim...
***NÃO ESQUEÇA DE AVISAR A SOCIEDADE
NUMISMÁTICA PARANAENSE, QUANDO DA MUDANÇA DE SEU ENDEREÇO
DE CORRESPONDÊNCIA.
NOVAS MOEDAS BRASILEIRAS
Desde 1.994 vem circulando as amareladas no Paraguai. Agora mais recente em Moçambique. O que quer dizer que o caso do Brasil, não será inédito. Mas da Casa da Moeda muito provavelmente, pois ela fabrica moedas para esses e outros países.
NOVAS CÉDULAS ESTRANGEIRAS: CURIOSAS
TATARSTÃO: pequenas, curiosas, algumas uniface. Não descrevem os seus valores liberatórios.
TRANSDNÉSTRIA: ou nome parecido, conforme o autor. É região de parte da ex União Soviética. Não é independente, nem região autônoma. Não tem briga, mas tem cédula. A Chechênia tem briga, mas não tem cédula.
ÁFRICA FRANCESA: de ex colônias francesas,
Togo, Benim, Costa do Marfim, Senegal, Gabão, Camarões e
outros agregados. As menores são de 500, o que denota que o valor
cambial é baixo. Na verdade as de 500 valem menos que 1 real. Ora,
com um câmbio tão baixo assim, por que são tão
caras? Algumas até raras como as do Níger.
NOVIDADES NA PRAÇA
Gincana - recentemente uma escola aqui da terra promoveu uma gincana, com solicitações de peças numismáticas. Solicitou cédulas de Porto rico e Panamá. Falta-me a informação se alguém conseguiu apresentar.
Cartões Telefônicos - aquelas datas
que aparecem a direita no reverso, referem-se as semanas que são
emitidos, dizem...
Normalmente são 01-02-03-04, daí
o mês e o ano. Mas há os de 05. Quinta semana? Tudo bem. Pode.
Mas há os de 06, e aí?
Agora uma preciosidade - no Castro Maya, apareceram
algumas com a data de 21-08-96 ???
Museu Castro Maya - onde fica? Curioso é
que nenhum CT desta série consta o local da sede de tal museu. Aliás
em alguns CT’s “museu” e noutros “museus”, o que é certo, porque
são dois. Graças ao nosso amigo Cel. Paranhos, que conhece
CT’s, Museus e o Rio de Janeiro, descobrimos que os “Castro Maya”, ficam
no Rio de Janeiro.
Custava colocarem no verso, pelo menos um RJ?
Afinal, tem gente de província que não sabe de todas as coisas.
Até porque em outra preciosidade informativa, tascaram no CT:
LAGO NEGRO - Rio Grande do sul - RS
Vai ver que é para algum motorista, que
só conhece os Estados pela sigla das placas dos veículos.
A propósito, este LAGO NEGRO, segundo
nosso amigo Carmelino Gomes, que dentre outras coisas entende também
de Rio Grande do Sul, informou-se que tal Lago, localiza-se na cidade de
Gramado - RS.
CT’s Japoneses adulterados - recentemente a imprensa
noticiou tal fato, que causou prejuízos consideráveis à
Cia. Telefônica de lá. Estranhamos o fato da demora de tal
constatação. Isto porque, de há muito já tínhamos
observado tais adulterações em CT’s japoneses que apareceram
por aqui. Achávamos que era coisa de brasileiro “malandro” dando
uma de esperto, para uma ligaçãozinha aqui, outra ali. Na
verdade, não foi assim. A coisa era em escala industrial mesmo.
Há uns dois anos, nosso colega numismata Prof. Mecking, esteve no
Japão. Lá comprou em Postos de Venda vários CT’s para
ligar para a família e amigos. Trouxe consigo após utilizados.
Nos mostrou na Sociedade, e de uns oito que tinha, três eram adulterados.
Ficou surpreso, porque havia comprado em postos de venda estabelecidos
e eram adulterados. O Prof. Mecking, não coleciona cartões.
Ainda falando em fraudes, encontramos também
cartões da Itália fraudados.
Nos japoneses a adulteração é
bastante simples, da Itália um pouco mais difícil, mas bem
acessível. Dos de chip, ainda não descobrimos nada, até
porque não há como. Dos brasileiros, indutivos, de vez em
quando falam-se em formas de recarregamento. Pinta algum “gaiato” que diz
saber das coisas, mas “amoita” e não abre. Não será
surpresa alguma se realmente houverem.
ANUIDADES 1997
ANUIDADES 1997 :
O valor das anuidades para 1997 e anuidades em atraso a partir de 01/01/97 é de R$ 25,00 para sócios adultos e R$12,50 para sócios juvenis.
A Diretoria.
PARA REFLETIR
O TEMPO
No corre-corre cotidiano, às vezes nos
esquecemos dos elementos mais importantes da vida. A desculpa é
uma só - falta de tempo. Assim tudo é feito atropeladamente
- e mal. Benjamim Franklin se expressou assim: “Amas a vida? Então,
não desperdices o tempo, porque dele é feito a vida.” Certas
coisas em nossa vida são tão essenciais, que temos de organizar
nosso tempo em função delas. Gostei do que li, de um autor
desconhecido, sobre o tempo:
1. Dedique tempo para trabalhar: é o preço
do triunfo.
2. Dedique tempo para pensar: é a fonte
do saber.
3. Dedique tempo para recrear-se: é o
segredo da juventude.
4. Dedique tempo para ler: é a base do
conhecimento.
5. Dedique tempo para rir: é a essência
do contentamento.
6. Dedique tempo para adorar: é o caminho
da reverência.
7. Dedique tempo com os amigos: é o caminho
da felicidade.
8. Dedique tempo para amar e ser amado: é
o produtor da endorfina (substância da alegria e do bem-estar)
9. Dedique tempo para sonhar: eleva a alma às
estrelas.
10. Dedique tempo para planejar: é o segredo
para encontrar tempo para as 9 coisas anteriores.
TEM GENTE QUE ACREDITA
- Achar um 100 réis 1872 em um monte de bagulho.
- Que o 20 réis 1906, só custa R$ 3,00 segundo o catálogo.
- Que a cédula mais rara do Brasil é a de 1 conto de Réis.
- Que as séries do mil réis, carimbadas para cruzeiro em 1942, estão corretas.
- Que a série de moedas do sesquicentenário é rara.
- Que os CT’s novos são eternos.
- Que a Telebrás não será privatizada.
- Que o Rio seria escolhido para as Olimpíadas de 2004.
- Que com as mudanças da marca d’água, o real não será mais falsificado.
- Que a moeda de 1927 tem ouro.
$ $ $ $ $
NOTA DO EDITOR: Já presenciei o João
Corrêa, achar um 100 réis de 1872 (UTG) num monte de bagulho.
MARCOS A .LEPCA
“NOTÍCIA DE JORNAL”
CÉDULA DO REAL IMPRESSA ERRADA ATRAI COLECIONADOR
Uma cédula sem número de série,
sem assinatura do Presidente do Banco Central e do Ministro da Fazenda
também vale como dinheiro. Foi o que os técnicos do Banco
Central do Brasil, em Curitiba, explicaram a Luiz Antônio Pereira
de Lima, quando os apresentou a nota inusitada de um real, que recebeu
como troco num bingo da cidade pela compra de uma cartela. Se está
sendo difícil ao empresário convencer aos mais atentos de
que o dinheiro é verdadeiro, já é assediado por colecionadores.
O portador da cédula rara diz que espera
“sair da lama com um real”. Está disposto a receber ofertas de interessados
e a melhor delas levará o dinheiro. Melhores informações
pelo telefone ...
Neste ponto da digitação, resolvi ligar para o portador do real “raro“, para ver se já tinha conseguido “sair da lama com um real”. Queria saber se as conversas que ouvi eram verdadeiras, pois algumas pessoas disseram que o “sortudo” queria a módica quantia de R$ 100.000,00 (isso mesmo: cem mil reais) pela peça. Liguei para uma central de recados “MOBI” e deixei meu nome e telefone para que entrasse em contato. Enquanto isso volto a digitar a seqüência da reportagem.
Luiz Antônio lembra que estava num dos bingões
da cidade, em novembro de 1996, quando recebeu oito notas de um real como
troco pela compra de uma cartela. Contou-as abertas - uma antiga mania
dos tempos em que trabalhava numa casa de câmbio - e estranhou algo
de errado com uma delas.
Percebeu a falta das assinaturas do Ministro
da Fazenda, do Presidente do Banco Central e do número de série.
Foi ao caixa do bingão, devolveu a cédula, advertindo que
ela poderia ser falsa. Mas quando percebeu que poderia ter em mãos
uma raridade, muito mais valiosa do que um simples real, foi novamente
pedir o dinheiro.
Percorreu todo o bingão até encontrar
o cliente que a recebeu. Ofereceu dois reais pela cédula e a levou
no Departamento do Meio Circulante do Banco Central.
Nesse ponto faço uma pausa. O homem não
me liga. Fico imaginando a cena do bingão, o homem percorrendo todas
as mesas para encontrar o um real “raro”. Nas raras vezes que fui a um
bingão, sempre encontrei dificuldade para achar uma mesa para se
acomodar, aquilo vive lotado, são mais de quinhentas pessoas, pelo
menos. E, é aquele corre-corre, os números “cantados” rapidamente,
daqui a pouco alguém grita - BINGO !!! , a cartela é rapidamente
confirmada como ganhadora e em seguida começa-se novamente aquela
correria para vender cartelas para a próxima rodada, e real sai
de uma mesa, vai para outra, entra na carteira de alguém, sai novamente,
volta para o bingão (que pelo visto, não está nem
aí para se é falso ou não), é dado de troco
novamente em outra mesa e o Antônio atrás daquela “fortuna”
que troca de dono toda hora. Enfim o encontra, sabe-se lá quanto
tempo depois, e espertamente oferece dois reais pela cédula ao cliente
que a recebeu. Novamente imagino a cena, ofertas, contra-ofertas, desculpas,
- ” posso dar uma olhadinha nesse um real?”. Opa! O telefone está
tocando. Atendo, é ele. Pergunto sobre a cédula de um real,
se já foi vendida, etc.
Ele me responde que ainda não a vendeu,
que está guardada, etc. Pergunto se a cédula tem preço
de venda, para podermos começar a conversar sobre negócios.
Ele responde que levou ao pessoal do banco Central, que a cédula
é muito rara e pode valer um bom dinheiro.
Mas, quanto? - insisto.
Novamente ele desconversa, talvez esperando uma
oferta, então pergunto como foi aquela procura desesperada pelo
um real que ele havia devolvido no bingão, e para minha surpresa
foi exatamente como eu havia imaginado e então perguntando quanto
tempo ele levou para reaver a nota, disse: mais de meia hora!
Pergunto, como ele fez para reaver a nota, e
ele então me responde que encontrou com uma pessoa que estava jogando
no computador, e disse bem sério: Olha essa nota pode ser falsa,
pode dar problema... Mas tudo bem, troco por uma verdadeira e te dou mais
uma de brinde... O.K.?... O.K.!
Volto a transcrever a reportagem, para no final
contar o restante da conversa...
Funcionários a examinaram e, segundo Luiz
Antônio, afirmaram que a nota parecia ser realmente verdadeira. Tinha
marca d’água, e outros sinais que permitem identificar quando uma
cédula é verdadeira ou falsa. Suspeitaram, entretanto, que
uma falha no controle de qualidade possa ter causado o erro de impressão.
Em casa, observando mais atentamente a nota,
o empresário descobriu outras particularidades: seu comprimento
e largura também são ligeiramente diferentes dos da cédula
comum.
Otimista com o que a cédula possa lhe
render financeiramente, Luiz Antônio tornou-se um detalhista. Todo
dinheiro que pega nas mãos checa cuidadosamente para tentar descobrir,
numa pequena quantia, uma considerável soma por algo inusitado.
Bom, chegamos ao fim da reportagem. Vamos voltar
a minha conversa telefônica com o dono da peça.
Já que ele não havia falado quanto
queria pela nota, perguntei se a cifra de R$ 100.000,00, que eu tinha escutado
falar era verdadeira. Ele responde que não, que alguns amigos de
uma corretora falaram em R$ 10.000,00 - R$ 15.000,00 e que uma pessoa de
Santa Catarina, havia ligado e oferecido R$9.000,00, mas que ele achou
que poderia não ser sério, talvez sim, talvez não.
Mesmo assim, seus amigos disseram que se ofereceram R$ 9.000,00 é
por que ela vale R$ 15.000,00 e quem oferecer R$ 15.000,00 é por
que sabe que ela vale bem mais, e por aí vai...
Vai..., vai ser difícil de sair negócio,
pensei. Não quis falar mais em preço, nem tentar explicar
o quanto poderia valer a sua nota de um real, pois cada um é livre
para imaginar o que quiser, e afinal, a pessoa tinha gentilmente me explicado
suas aspirações. No final da conversa, falou-me que colocaria
a reportagem no jornal “O ESTADO DE SÃO PAULO”, pois algumas pessoas
o haviam informado que a praça de Curitiba não era muito
boa para venda de tal vulto - São Paulo, é bem maior - disse-me,
convencido de que era o melhor a fazer.
Pedi então para que caso saísse
algum negócio no futuro, que me avisasse, pois gostaria de saber
por quanto ela foi vendida. Agradeci e despedi-me.
Parece que logo teremos a raridade em São
Paulo, boa oportunidade para um amigo nosso (que lerá este boletim),
o qual recentemente adquiriu uma “peça da coroação”,
trocá-la pelo um real “raro”. O preço, pelo jeito, tá
ali... ó...
O BOLETIM Nº 5
Estava terminando o boletim nº 5, quando
recebi a triste notícia do falecimento de nosso sócio mais
idoso, assíduo freqüentador das reuniões do sábado,
da Sociedade Numismática Paranaense. É com pesar que comunicamos
o falecimento do Sr. Floriano Shendroski. O “Seu Floriano” como era mais
conhecido, era pessoa querida e estimada dentro da S.N.P. A seus familiares,
levamos nossos pêsames e nossa saudade em nome de todos os sócios
da Soc. Numismática Paranaense.
Este boletim foi feito em tempo recorde. Mais
uma vez, contei com a boa vontade do sócio Antônio Tomaz,
que em pouco tempo me entregou 11 folhas de caderno universitário,
frente e verso, manuscritas, com assuntos e comentários variados
para publicação neste boletim. Como eu já havia digitado
alguns assuntos, parte do conteúdo entregue pelo Tomaz, ficou para
o boletim nº 6. Mais uma vez pedimos aos sócios que tenham
assuntos interessantes, para que nos remetam o material. Para quem tem
computador em casa e quase nem usa, digite o texto em editor de texto Microsoft
Word e nos remeta. Isso facilita e ajuda a S.N.P. e você desenferruja
os dedos e o computador.
Avisamos também que os artigos são
de inteira responsabilidade do autor. A S.N.P. se reserva no direito
de não publicar matérias repetitivas ou que possam de alguma
forma, ser inadequadas ao objetivo do boletim, que é levar alguns
minutos de leitura agradável, informar os acontecimentos e estabelecer
um canal de comunicação com os sócios.
Foram 280 exemplares a tiragem do boletim anterior,
nº 4.
EPISÓDIOS DO COTIDIANO
Coleção e Ajuntamento
Outro dia vi pela TV, o programa Brasil Legal,
da Regina Casé. Por acaso os episódios se desenrolavam em
Curitiba. Ela acompanhava mudanças, entregas, etc.
Topou com um Senhor que estava se mudando. Tinha
coleções que não acabavam mais. O homem colecionava
tudo.
E a Regina exclamou:
- O Sr. coleciona de tudo!
No que ele disse:
- Não são coleções,
são ajuntamentos.
Esse Sr. é um verdadeiro colecionador.
Carmelino, a vítima:
Com a falta do Floriano, Carmelino tem sido a
vítima dos gatos da feira. Outro dia levaram-lhe um 2.000 réis
1876. Por sorte, recuperou-a. Pagou o custo de quem a havia comprado.
Gatunagem nesse Brasil é meio normal.
O interessante é que quando os gatos são
pegos, as próprias vítimas pedem que os soltem...
Real falsificado
Pipocam em todo o Brasil notas falsas, sobretudo
de R$50,00. Agora o Banco Central, anunciou a mudança das
filigranas. Ao meu ver não devia.
Será que os falsários não
farão estoques das notas de R$1,00 e R$ 5,00?
A MOEDA DE 2.000 RÉIS DE 1937
A série de 2.000 réis - Caxias -
se inicia com a de 1935 em prata, 1936,1937 e 1938 em bronze-alumínio.
As de 1936 são todas serrilhadas. As de 1938 são serrilhadas,
mais escassas, e poligonais, mais comuns. Pois bem, até aí,
tudo certo.
Ocorre que existem também, as de 1937
poligonais e serrilhadas. As serrilhadas são as normais. As poligonais
são a dúvida. Tem gente que jura em cima de que são
legítimas. Eu não juro nada. Podem até ser.
Cunhadas em 1938, com os discos poligonais de
1938, mas com o cunho de 1937? Pode até ser!
Há catálogos que as registram.OK.
Mas eu faço uma pergunta, ou mais de uma:
- Por que o Catálogo Santos Leitão,
que iniciou em 1932, que teve a 3ª edição em 1940, nunca
mencionou tal moeda?
- Por que o mestre Kurt Prober, que aqui aportou
exatamente aí por 1936/37, também não menciona tal
peça? 1938 sim, que ele chama de serrilhadas e facetadas. Mas 1.937...
Coisas para pensar, estudar, meditar...
NOVO CATÁLOGO DE CÉDULAS
Aguardamos a chegada do novo Catálogo -
CÉDULAS DO BRASIL - 1ª edição - 1833 a 1997,
autoria de Irlei Neves, Júlio Schütz e Cláudio Amato.
Esperamos por um total sucesso.
Pela qualificação dos autores,
esperamos um real estudo numismático, bem além de um livro
de preços. Só para ficarmos nos mais atuais, esperamos o
real destaque, para por exemplo:
a de 100 cruzeiros, Simonsen/Lira, Dimas 146,
em que há na filigrana, "gola alta e gola baixa", inclusive com
asterisco. E não são poucas essas séries. a de 500
cruzados, Funaro/Bracher, Dimas 189, onde as 10 primeiras séries
são de margem larga a esquerda. O normal é 154 mm, estas
atingem a 160 mm. Em função das quantidades, estas cédulas
são verdadeiras variantes, não meros defeitos de fabricação.
Nos últimos livros essas variações simplesmente não
constam. Esperamos por isso e muitas coisas mais. Falando em catálogos,
esperamos por um bem atualizado de CT's, principalmente no que concerne
a quantidades emitidas, casas emissoras e datas de emissão dos CT's.
E mais: - Listagem por ordem cronológica. Não por séries,
ou pseudo grupos. Afinal colecionismo é basicamente por cronologia.
Prioritariamente, dentro desse, outras classificações. Assim
o é em tudo. Cédulas, moedas, selos, carros, etc, etc, etc...
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