SOCIEDADE NUMI$MÁTICA PARANAENSE

BOLETIM 07

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VARIEDADES NAS MOEDAS DO REAL.
MOEDA DE PLÁSTICO.
E SÃO BARTOLOMEU ?
COMENTANDO O BOLETIM Nº 6.
COMENTÁRIO RÁPIDO SOBRE A SOCIEDADE.
HISTÓRIAS DA FEIRA DA PRAÇA GARIBALDI.
COMENTANDO 1.
COMENTANDO 2.
MOEDAS PARTICULARES.
SÓCIO MAIS ANTIGO.
ECOS DO ENCONTRO DE 07 E 08 DE NOVEMBRO - CURITIBA.
JARGÕES.
HOMENAGEM.
DEU NO JORNAL.
COLECIONAR... AJUNTAR.
NUMISMÁTICA, LIÇÃO DE HISTÓRIA.
 


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VARIEDADES NAS MOEDAS DO REAL

Antônio Tomaz
Em três anos o real emitiu 17 moedas regulares diferentes, considerando-se: valores e datas. Contudo em uma coleção realmente bem feita, estudada e pesquisada, elas já passam de 100.
Embora esteja, ao que consta a Casa da Moeda, aparelhada do que de melhor se conhece em equipamentos, as falhas de cunhagens afloram quando em outros tempos.
Há variantes desde as mais clássicas, como: reverso invertido, horizontal e inclinado para a direita e para esquerda, como outras de várias formas e características. Enumeremos algumas:
Sombra da data no reverso, orla sem polimento, cunhagens deslocadas, no anverso, no reverso ou em ambos, cunhos partidos em vários locais, pontos diversos, empastamento em orlas, datas empastadas e quebradas, acentos e cedilhas, letras apagadas, cunhagens porosas, datas, centavos e números duplos, até uma moedinha de um centavo módulo maior já foi encontrada.
Assim dentro de um esquema bem pesquisado, a coisa vai longe...
Aguardemos as novas que sairão em 1998. E aí tudo começará de novo?
 
 

MOEDA DE PLÁSTICO

Um sábado, divagando na Sociedade com o Marcos, fomos ver no catálogo as tais moedas de plástico. Foram emitidas pelas Ilhas Cocos. E não é coisa de agora. Iniciaram-se em 1913. Pensava que naquele tempo nem existisse o tal plástico. São difíceis e caras. O Marcos não tem nenhuma e para dizer a verdade também nunca as vi. Portanto se alguém as tiver e quiser mandar para o Marcos e de quebra mais uma para o escriba aqui, aceitaremos de bom grado.
Mas que diabo é esse Cocos? As ilhas Keeling ( no original) são parte do território externo da Austrália. Naquele catálogo de moedas que vimos, a sua população era de 625 habitantes. Num almanaque mais novo consta que são 616 em 14 km. quadrados. Isso tudo a 2700 km a noroeste da Austrália. Por tudo isso é que tais moedas são difíceis por aqui. As cunhagens devem ser tão pequenas, que se tirarmos algumas, farão falta para seus habitantes. Seiscentos e poucos, quase do tamanho da torcida do Paraná Clube.
Mas já que falamos em cocos, não confundir com cook, que quer dizer cozinheiro, já ouvi que o galo, mas não é. Galo é cock, pouca diferença, mas tem. As Ilhas cook, também fica por aqueles lados. Curiosamente também a 2700 km, porém a noroeste da Nova Zelândia, pais a que pertence. Também emitem moedas próprias, porém metálicas. O território também é maior, 234 km2. A sua população é de 17185 habitantes. Se aproxima a torcida do atlético.
Esqueci de pesquisar se fazem parte da FIFA. Com o Havelange lá é bem possível
 


E SÃO BARTOLOMEU ?

Ilhas do Caribe, 3000 habitantes, é dependência de Guadalupe, território de Ultramar Francês. Está ilha como outras, foram colonizadas pelos franceses no século XVII. Em 1784, foi vendida para a Suécia que a administrou até 1876. Foi posta em leilão e arrematada de volta pela França, muito provavelmente pelo lance mínimo. E o que nós outros temos com isso? Acontece que no período de administração sueca, São Bartolomeu se utilizou de moedas americanas, contramarcadas com o escudo sueco. E tem um companheira nosso, hoje meio desligado das lides moedísticas, que possui um 960 réis cujo o recunho é sobre uma dessas moedas. Uma raridade ?
Com a palavra, os especialistas em patacões.
Já uma novidade se saber que a Suécia também andou pela América Central. Pouquíssimos livros de história mencionam tal façanha, mas foram quase 100 anos de domínio escandinavo na referida ilha.
 


HISTÓRIA DOS LEILÕES DA S. N. P.

Antônio Tomaz
Outro dia Marquinhos, desculpem, o “seo” Marcos, ele é o Presidente, me pediu informações sobre as nossas “vendas sob ofertas”.
Perguntou-me quando completariamos a de nº 300, já que estamos na 277ª.
Pelo andar da carruagem o 300 ocorreria lá pelo mês de maio de 1998. Acontece que houveram muitas reuniões em que efetivamente não ocorreram as ditas “vendas sob oferta:”. Algumas por pouca presença de associados, outras por falta de peças a licitar. De qualquer forma foi uma boa deixa para se fazer um levantamento histórico do passado. Consultei os meus alfarrábios e extrai os seguintes dados:
O primeiro foi realizado em 17-03-1991, quando a Sociedade oficialmente ainda não existia. Foi no restaurante do alemão. O segundo em 06-04-1991, o da fundação da S. N. P., também no restaurante do alemão.
A propósito, o nome do alemão é Andersen Prado.
Em 1991, realizamos 17 2 leilões no restaurante do alemão e 15 no Elo Hotel I, sendo um especial.
Em 1992- 24. Todos no Elo I, sendo 3 especiais. Naqueles tempos, eles eram realizados a cada dois sábado.
Em 1993- 42. Sendo 9 no Elo I, 4 especiais e 32 na sede própria do Edifício Tijucas.
O último regular realizado no Elo I foi em 27-03-93 .Depois lá houve o especial de 10-04-93.
O primeiro na sede - em 24-04-93.O que seria a 1º de maio não marcado. A partir de 08 de maio, passaram a ser todos os sábados.
Em 1994 - 49. Os dois especiais no Elo I e 47 na sede do Tijucas. Nesse ano apenas um não se realizou, o de 09-07-94.
Em 1995 - 54. Apenas um especial, no Elo Hotel II. 53 na sede do Tijucas. Nesse ano começaram os de quarta à noite, só para cts O primeiro foi em 11-10-95, sendo destas, realizados 7. No exercício, apenas 2 não foram realizados: o de 25-02 de numismática e o de 15-11 de cts.
Em 1996 - 58 - 2 espaciais no Elo  II. Um de numismática outro de cts. Os outros 56 no Tijucas. Neste ano 22 marcados não foram realizados. 4 de numismática e 18 de cts., que teve o seu último realizado em 17-07 e a
última reunião em 04-08. As reuniões das quartas feiras foram extintas pela baixa frequência do pessoal dos cartões. Das 39 reuniões realizadas em apenas 20 foram realizadas vendas sob ofertas.
Em 1997 - 34  - 2 no Elo II, especiais. Um de numismática e outro de cts 32 no Tijucas. Todos de numismática. Marcados e não realizados apenas 3. Isso até o mês de setembro. Até o final do ano ainda estão previstos mais 12.
Fazendo um resumo: 1991 - leilões 17  total 17
1992 - leilões 24 total 24
1993 - leilões 41 total 41
1994 - leilões 49 reuniões simples 1 total 50
1997 - leilões 54 reuniões simples 2 total 56
1996 - leilões 58 reuniões simples 22 total 80
1997 - leilões 34 reuniões simples 3 total 37
totais 277 reunião simples 28 total 305
A essa altura se a comemoração dos 300 for só de leilões, fica para maio de 1998. Se valeram também as reuniões sem vendas, a data já passou. Com a palavra o sr. Presidente.
Aproveitando o gancho do assunto, queria dizer que das 305 reuniões realizadas, compareci a 304. A minha única falta ocorreu no dia 21 de janeiro de 1992, e, curiosamente por nenhum motivo justificável. Detenho com toda certeza, o recorde de frequência. Vale dizer que quem se casou sábado à tarde e me convidou, não teve o ar da minha presença. Isso inclusive dois diretores da S. N. P. Aliás, sempre que sou istado para qualquer coisa, vou logo dizendo:
Não sendo sábado a tarde ou domingo pela manhã, beleza. Eu topo.
 


COMENTANDO O BOLETIM Nº 6.

ANTÔNIO TOMAZ
Na introdução o Marcos Lepca discorria sobre as conferências feitas. Da dificuldade da digitação etc.
Pois não é que mesmo assim passaram alguns equívocos.
No circulando - item 1: As novas cédulas de 1,00 BA e AB, 5,00 e 10,00. Ficou truncando. O certo seria: 1,00 BA e AB. 5,00 e 10,00 AC.
No sócio mais antigo - último parágrafo. “Essas Colaborações... O certo é essas colocações.
Na história da feira - pág 14 - onde se comenta as expressões criadas meio esdruxulas. Lá na “Cabeça Grande”. A cédula do Barão do rio Branco 1º tipo. Nos 153, 154 e 155. No parênteses saiu “Brasão”. Quando o certo seria Barão.
Aquela história dos descritérios dos policiais de trânsito continua. Ali naquela faixa que as vezes pode, as vezes não pode, dia 14 de setembro, foram multados dois carros. No dia 28 do mesmo mês, não foram multados. Um dos carros era exatamente o do policial.
A Sociedade e seus sócios. Nesse tópico se comentava sobre um associado ilustre - o Padre Molina. Gente muito fina, como pessoa como numismáta e como padre. Recentemente a imprensa noticiou o fato de que o Bispo de Niterói proibiu um de seus padres de celebrar missa de sandálias. O Padre Molina não deixou barato, escreveu uma excelente e bem humorada crônica sob o título: As sandálias do Pescador, publicado no jornal Voz do Paraná do dia 28 de setembro. Começa por colocações bíblicas, passa pela legislação eclesiastica no tocante aos ritos e paramentos, tudo com citação dos artigos. Capítulos, etc., etc. Compara as sandálias ao tênis e termina sugerindo ao Núncio Apostólico que antes da visita do Papa ao rio, lhe envie o seguinte fax: Apesar do calor do rio de janeiro, por favor Santidade, não calce as sandália do pescador:! Venha ao Brasil calçando suas botas de montanheiro”. É , o Pe. Molina aí bateu pesado no Bispo de Niterói. Uma gozação bem posta e embasada as vezes dói mais do que uma bordoada.
E acabou a feira dos sábados - os artesãos foram alocados na Rua da Cidadania. Sem nenhum numismata ou filatelista. As informações que circulam é que muitos estão abandonando o local e outros o farão após o final do ano. Motivo principal - baixo movimento comercial,
 


COMENTÁRIO RÁPIDO SOBRE A SOCIEDADE

1 -A Diretoria atual melhorou. Pelo menos em termos de frequência às reuniões. Dos 9 diretores, comparecem 6. Na anterior, dos 9 compareciam só 3.
2 - O que realmente faz muito sucesso nas reuniões é a “Geladeira.” Já tem praticamente de tudo. O que o freguês pedir e não tiver, no outro sábado terá. Só não se vende cigarros. Dos nove membros da diretoria, só um fuma. Por sinal sou eu. Bem feito para mim.
3 - O que está ficando caro, são as taxas da sede. A de água é um despaltério. Sempre tem obras: Revitalização da galeria, alteração de fiação elétrica, troca de luminárias e mais não sei o que.
Nos com uma salinha pequena e uma reunião por semana, ajudamos a pagar a conta, pois tudo é na base do rateio. Pode ser legal, mas que não é lá muito justo, isto não é.
4 - Os cts. estão sumindo da Sociedade. Eles e seus aficcionados. O interesse pode até estar aumentando, mas em matéria de organização a coisa anda meio fraca.
5 - Os assuntos mais comentados nas reuniões fora da numismática, são as viagens para o exterior. O que essa gente viaja não está escrito no... passaporte.
 


HISTÓRIAS DA FEIRA DA PRAÇA GARIBALDI

Antônio Tomaz
Sempre costumo comentar algo sobre a feira, afinal é o nosso recanto sagrados das manhãs domingueiras. Casos pitorescos, fatos do cotidiano e as vêzes descendo o malho em quem faz pergunta idiotas.
Mas quando alguém faz uma pergunta inteligente e principalmente quando essa pergunta nos faz avivar a memória, botar a cuca em dia e que o assunto pode até servir de orientação aos colegas mais novos, ou aos menos observadores, creio ser também importante que se comente.
Um cidadão me perguntou por que as cédulas do padrão cruzeiro antigo, ( 1942 - 1965 ), da primeira estampa ( American Bank Note Company ), algumas delas não tem o designativo da estampa?
Achei interessante a observação. E é verdade. Isso ocorre.
Acontece que o cruzeiro foi instituído em 1942, mas as primeiras cédulas, as autografadas, só foram emitidas em 1943, Algumas em 1944. Tais cédulas foram mandadas fabricar nos Estados Unidos ( ABNC), tradicional fornecedor desde os tempos de mil réis. Na época provavelmente pensava-se que a instituição americana seria única fornecedora de papel moeda para o Brasil. Assim a designação da estampa seria totalmente desnecessária.
Ocorreu que em 1948, na gestão de Pedro Luiz Correia e Castro como Ministro da Fazenda, entendeu-se por também fabricar as cédulas na Thomas de La Rue & Company Limited, as ditas notas inglesas. Assim ocorreu com todos os valôres da época, exceto o de 1,00. Também autografadas, nos anos de 1948 e 1950. Esses vinham com a descrição: 2 ª Estampa. A partir desse período, circulavam em paralelo. Inglesas e americanas, todas autografadas. As microchancelas, só foram implantadas em 1953., ná época do Ministro da fazenda Horácio Láfer. Mesmo com essa alteração, as cédulas da primeira estampa, continuaram a ser impressas sem a menção do número da estampa. Isso foi até 1961. Nesse ano, com o Sr. Clemente Mariani Bittencourt, no Ministério da Fazenda, nova modificação. As cédulas que até então eram: “valor recebido “, mudaram a denominação para: “Valor Legal”, desaparecendo também a frase:” No Tesouro Nacional se Pagará ao Portador Desta a Quantia de...”. Ficando apenas: Tesouro Nacional - Valor Legal. Aproveitando esse ansejo, as cédulas fabricadas pela American Bank, passaram a ter a denominação: Estampa 1ª. Aí parece que ficou tudo certo. Parece, mas tem mais uma confusão pela frente. Já que é para observar, vamos lá.
Em 6 de junho de 1961, foram lançadas as “Cédulas do Índio”. 5 cruzeiros. Nestas tem a denominação: Estampa 3 e não terceira? Mas tem mais complicação aí. Nesta data, era Ministro da fazenda, Clemente Mariani, mas as cédulas sairam  com as micronchancela de: Sebastião Paes de Almeida, que havia deixadeo o posto em 31-01-1961. A seguinte, emitida em 1962, com a chancela de Walter Moreira Salles. E assim o Sr. Clemente Mariani passou em branco nessa epopéia.
Nossa história está em 1962. Em 1963, sai a cédula de 5 mil, sem altercações. Demos um pulinho a 1966. Nesse ano sai a cédula de 10.000. A Santos Dumont. Ocorre que as fabricadas pelo American Bank, voltarão a não ter a designação da estampa.
Ainda bem que o meu interlocutor não perguntou desta. Ficou satisfeito com as explicações e a vista do folheamento do álbum que só foi até as cédulas de 1.000. Digo ainda bem, porque do episódio da cédula de 10.000, eu não sei. Se alguém souber, por favor me informe.
Ufa, folheando o álbum e a vista das cédulas, a explicação é fácil e até rápida, agora escrevendo é maçante. Para quem escreve e também para os possíveis leitores.
Eta trabalho que o Frederico me deu...
 


COMENTANDO 1

O Filacap de junho de 1997, na sua página nº 4, publica artigo intitulado: “códigos no verso dos CT Brasileiros”. Autoria de José Marques Barboza, explica detalhadamente todos aqueles códigos constantes no verso inferior esquerdo dos Cts. Explica que os últimos números dentro do parênteses, referem-se aos códigos das operadoras, estaduais e federais. Pois bem, no 05 é indicado TELESPAR, empresa que não existe. Porém falta a TELEPARÁ. É de se supor que tenha havido um equívoco de alguém é sejam a mesma empresa. Será ?
Vamos averiguar o assunto.
Ct da TELEPARÁ, tem? Tem. É o da Arara Vermelha.
Verificando no verso do mesmo, o código é o 15. Só que na lista do aludido artigo, o 15 pertence a TELEPAR:
Já entendemos - onde diz: TELERAR, vale TELEPARÁ. No 05 TELESPAR é na verdade TELEPAR. Certo? Vejamos, há uma emissão de TELEPAR, o semint de 1993. É só checar. Era. Esse cartão não tem os códigos no verso. Não há outro por enquanto, assim não as pode ter certeza. Os de mais, todos conferem.
Outro dia recebi o amigo Cléber, como cortesia da AFNBDF, artigo análogo de autoria do Sr. Laur Scalzaretto. Ótima oportunidade para se elucidar o assunto. Seria! A tabela das companhias está “ipsis litiris” com a anterior: 05 - TELESPAR e 15 - TELEPAR. Sabemos com certeza que o 15 é a TELEPARÁ e imaginamos que o 05 seja TELEPAR.
Em tempo: - olhando um ct dos jogos da natureza, , lá está o 05, só pode ser da TELEPAR.
Em conclusão dizemos de que nem tudo que está escrito é correto. Nem tudo o que está no “livro” vale. Tais fenômenos são comuns no ramo. Já saíram cédulas em catálogos que não existem. Como já foi também relacionada a moeda de 10 cruzados de 1986, que nunca existiu. Ao colecionador cabe apenas usar catálogos como guias, mas não como bíblias. Os mais avançados devem se situar acima dêles. Descobrindo sempre coisas novas. Aliás, isso é o paradigma da evolução.
 


COMENTANDO 2

Antônio Tomaz
A grande maioria de listas de leilões que se recebe, está intrinsica a cobrança de “comissão” do comprador. variam de 2% a 12%. Tem a taxa de porte do correios, de “manipulação” e agora inventaram mais uma: 1% que será repassado ao correio, como “valo declarado. Alguns mais criativos, tem a “taxa mínima”, geralmente de R$ 10,00. Há um caso de um amigo que arrematou apenas uma peça por R$ 9,00. O preço final ficou em 23,50, incluindo mais 0,02 de “taxa de arredondamento”. O valor seria R$ 23,48.
Quem fez uma compra pequena, tem uma conta grande.
Aos amigos de fora, informamos que a Sociedade Numismática Paranaense só cobra comissão do vendedor. Do comprador, apenas o valor da peça mais o porte.
 


MOEDAS PARTICULARES

Antônio Tomaz
Nas décadas de 20 e 30, grassavam por estas e outras plagas, as ditas “moedas particulares”. A pretexto de falta de troco ou mesmo numerário, empresas emitiam suas próprias moedas. A verdade não é bem essa. O que se queria era forçar o trabalhador a operar preferencialmente com tais empresas. Via de regras tinham seus armazéns ou fornecimentos de produtos vários. Quer dizer: o trabalhador recebia numa porta e gastava na porta ao lado.
Acontece que na prática tais moedas romperam barreiras das empresas emitentes e passaram a circular também fora de seus domínios. Outros comerciantes também as aceitavam pela garantia e solidez que elas ofereciam. No fim do mês bastava trocá-las e ficava tudo certo.
São bastante lembradas as de: Leão Júnior, Casa José Nabo, Indústrias João Sguário, J. J. Bettega, Cerâmica de Pinhais, Estrada de Ferro, Teatro Hauer, Reinoldo Kopp, Fazenda Capão Bonito, e muitas outras.
A propósito do fato em uma reunião de outubro na S. N. P, foi posta à licitação uma peça de 25 mil réis da Casa Imperial. Empresa especializada em “costumes completos de cazemira superior”. Ä única sui generis”. Ficava ali na Rua da Imperatriz nº 12 - Curityba com “y”. Dá para se ter uma idéia do tempo e também do charme:
“Au Buon Marché” no puro e legítimo francês.
Tais peças despertam a curiosidade dos colecionadores. Tanto é assim que naquele sábado de frio e chuva, com muito pouca gente presente, assim  mesmo deu disputa. Seu valor começou em R$ 5,00 e chegou no final a R$ 18,00. O marcos acabou por levá-la. Seu oponente era o Dênis Renaux, que obviamente perdeu a disputa.
Mas quem tem sorte, tem. No dia seguinte domingo, lá na feira, eis que chega um cidadão com um monte de bagulhada para vender. Notas comuns e dilaceradas. Junto um punhadinho de moedas também comuns, daquelas que todos estamos acostumados a ver e atender. Só que no meio da tal bagulhada, tinha exatamente a “particular ”de 25.000 réis da casa Imperial e de quebra mais uma do Teatro Hauer. Tudo isso arrebatado por uma ninharia, pouco mais que o peso. A essa altura  o Dênis estará louco de feliz. No dia anterior ele se dispôs a pagar ate R$ 17,00 pela moeda particular, pois apesar de ter vários anos como comerciante na feira, nunca a tinha visto.
No dia seguinte apareceu a moeda particular, com mais uma de quebra. Sorte é sorte.
Ouvi dizer que um sócio que é daquele tempo e que sempre mandava confeccionar seus ternos com a mais pura “cazemira”, que tem em seus guardados um punhado dessas peças. Mas creio que isso seja na verdade, pura intriga da oposição.
 


SÓCIO MAIS ANTIGO.

Antônio Tomaz
Em sequência da apresentação dos mais veteranos, hoje é a vez do Sr. ANTON GRAMOWSKI, sócio efetivo da S. N. P. sob nº 88.
Anton é nascido em 16-01-1913, no papel. Na prática é do mesmo dia e mês, mas de 1910. É mais antigo do que o Floriano, mas este detalhe eu não sabia. A diferença dos três anos, ocorreu quando de sua vinda ao Brasil. Para ficar um pouco mais novo, engoliram três anos no passaporte. Já naquele tempo, e na Inglaterra:
O “seu ”Anton é nascido em Posnan - Polônia. ( não esquecer do acento no n ), capital do estado de Posnan - Polônia. No seu tempo, a 98 km. da Alemanha, hoje uns 160. A família de sua mãe era de agricultores do pai de açougueiros. Começou a frequentar a escola em 1916 em sua cidade natal. Naquele tempo sua região estava sob os domínios alemães 1ª guerra mundial. Era proibido falar polonês na escola. Quem falava apanhava de chicote. Quem batia era o professor. Uma vez o “seu “Anton, que jura que não falou, apanhou do mesmo jeito. Quando acabou a guerra o tal professor morreu a pedradas e foi jogado em um rio. Em 1919 a escola virou novamente polonesa e o “seu “Anton fez o primário de 7 anos mais o ginásio de 9 anos. Tudo na mesma escola, agora sem chicote E como toda família polonesa que se presa, tem de ter um padre. Lá foi “seu “Anton para o seminário em Gniezno - 50 kl. de Posnan. Ficou 3 anos, mas a vida religiosa não era o seu negócio. Voltou para casa do pai trabalhando no açougue fazendo salsichas. Isso até 1929. Aí apareceu um anúncio de recrutamento para a escola naval. “seu” Anton se inscreveu e foi selecionado. Fêz o curso de 3 anos em Gdynia ( perto de Gdansk, no Báltico). Formou-se oficial e foi designado para submarinos. Foi tocando sua vida de marinheiro e quando estourou a 2ª guerra mundial, estava em férias. O que parece bom. Parecia. Em 17 de setembro de 1939 entraram os russos. Foram todos presos e levados para a Sibéria. Trabalharam em minas de carvão, mas não por muito tempo. Com mais dois companheiros fugiram se escondendo de dia e andando a noite. Após quase um ano chegaram ao Iraque, então pocessão inglesa. Recebidos pelos britânicos, entraran no exército inglês. Aquele dos expatriados que era comandado inicialmente pelo general Chicorski e no fim pelo general Andersen. Isso de 1940 a 1947. Sua base era Manchester, andou em operações pelo canal da Mancha, Estreito de Gibraltar e canal de Suez. Finda a guerra, embora os ingleses quisessem mantê-lo por lá, preferiu ir para o lugar mais longe possível. O mais longe era o Brasil. Partiu de Nápoles para o rio de janeiro. Como queria ir ainda mais longe foi para Porto Alegre, depois Blumenau. Achou nesta cidade “muito calor”. Veio a Ponta Grossa, lá tinha “muito vento”. Finalmente apontou em Curitiba, até porque aqui havia uma grande colônia polonesa.
Aqui, alojou-se inicialmente  na casa do Imigrante que havia na Rua Augusto Stelfeld, até alugar uma casa no alto da Rua XV. O seu consultor aqui para a língua e negócios foi o sr. Miroslau Floreski, que tinha sido companheiro de escola de seu irmão. Estava por aqui desde o final da 1ª guerra e estabelecido com a conhecidissima Charutaria Liberty.
Trabalhou no açougue Garmatter por 9 anos até fecharem a fabricação de linguiças. Depois de frigorífico de Pedro Olímpio Alves de Camargo no Uberaba por mais 8 anos. Aí com as coisas mais esrabilizadas montou seu próprio negócio. Uma Fábrica de linguiças polonesa em Campo Magro. Ganhou muito dinheiro com os porcos em 7 anos. Já meio cansado vendeu tudo e veio para o centro de Curitiba. Para não ficar todo parado, arranjou emprego de zelador de prédios. Começou no Edif. Gascês do nascimento na Ébano Pereira e encerrou esta atividade na Galeria Andrade, mais 18 anos. Hoje sua atividade é “dar uma olhada” em sua chácara que herdou de seu sogro na Colônia Muricy
O “seu” Anton casou-se a primeira vez na Polônia, possuindo dessa união dois filhos, Um nascido em 1944 na Alemanha quando sua esposa fugia da Polônia e outro nascido na Brasil, que hoje está na Noruega. O seu segundo casamento, no Brasil, com sua descendente de poloneses da Colônia Muricy, não lhe rendeu mais filhos.
E como o “seu’ Anton virou numismata?
Isso ocorreu tardiamente e numa circustância insólita. Corria o ano de 1980, já aos 70 anos, fumando 4 carteiras de cigarros por dia, a saúde deu um balanço. O médico, complacente, não vetou totalmente os cigarros, mas limitou-os a 10 por dia. Para quem conhece o “seu” Anton, foi uma maneira sutil de equacionar o problema. Só que na verdade, o médico que esperava uma reação, teve outra contrária.
- Doutor, se for para fumar só 10 cigarros por dia, eu prefiro nada.
Parou de fumar totalmente, mas precisava fazer alguma outra coisa. Aplicar aquele dinheiro dos cigarros. Passou a colecionar moedas. Há 17 anos e com 70 de idade. É uma história que não se conhece outra. Das moedas, passou também as cédulas, aos selos, aos postais, agora também aos cartões telefônicos. Tudo da Polônia, ou de quaisquer países que tenham motivos ou temas poloneses.
Assíduo frequentador das reuniões da S. N. P. e que invariavelmente pergunta: Tem polônia?” Quando não tem vai embora antes da reunião terminar.
Calmo e comedido, mas para deixá - lo irritado é muito fácil. É só falar de Hitler ou Stalin. Aí, sai de baixo... As balinhas que ele sempre tem a distribuir, naquele dia, podem esquecer...Não xinga, mas com certeza pensa e em quatro idiomas, que domina muito bem.
 


ECOS DO ENCONTRO DE 07 E 08 DE NOVEMBRO - CURITIBA

Antônio Tomaz
1) Um dia de chuva, outro de muito calor. Aqui é Curitiba.
2) Presença pela primeira vez do Chagas de Albuquerque, lá da Paraíba. Agora sei porque o Cléber sempre diz que João Pessoa é o melhor encontro do Brasil.
3) No domingo o Chagas estava muito feliz na feira. Também pudera, ele acertou o dia. Foi bem naquele que caiu o verão. É o segundo ano consecutivo que o verão em Curitiba cai em um domingo.
4) O comparecimento passou das 250 pessoas. Aprenderam a malandragem de fazer assinar o livro nos dois dias.
5) O Cléber não veio. Dando uma força ao pessoal de Goiânia. No seu lugar, lá perto do frigo bar, o Luiz Sérgio.
6) Os dois pregões foram feitos de uma tribuna. Nova bossa do Hotel Elo. Olhando de longe, os pregoeiros mais pareciam pastores. O João Corrêa de gravata então...
7) O Chico Partos, figura carimbada lá do Rio Grande, chegou em cima e sem reserva de nada. Não deu outra foi improvisado lá em cima do palco. Teve de desmontar antes, para a preparação do leilão. Bem feito para ele.
8) Os cartões telefônicos em alta. Destaque - Edison Corrêa. Mesa dupla. Filha de secretária. Camisa com sua logomarca. Catálogo próprio. É invocado o homem.
9) A propósito do catálogo, o Edison comentava das dificuldades em elaborá-lo. Conferências e mais conferências e ainda passaram erros. É verdade, tá na lei de Murphy: “o que tem a menor possibilidade de dar errado, dará”.
10) E deu. Tem uma série de cts. do Sírio de Nazaré. Ora, o Sírio só pode ser da Síria. O de Nazaré é o Círio, que quer dizer vela grande. E tem também as Flores do Serrado. É mais as flores não são madeiras. São do Cerrado- daquela vegetação compcta densa e pequena d’ algumas regiões do Brasil.
11) Na série dos namorados aí ele bagunçou. Que tem namorado no sofá, tudo bem. Mas ele arranjou uma na palhoça, aí já é demais.
12) E o Zeca? O velho professor lá de Brasília, mas que é da Serra Paulista, como gosta de dizer, bagunçou o coreto da turma de cartões. Logo no início anunciou e bem alto de que dispunha da Fanta em quantidade e a precinho bem merreca. A turma chegou firme e levou todos. Agora que jogou o preço lá em baixo foi verdade. Começou em 15,00 e terminou em 2,00. Lei de mercado livre é isso aí.
13) O presidente Marcos, no segundo dia, nos segurou até quase meia noite. Isso porque no fechamento do leilão deu uma diferença de 15,00. Achamos 10,00. Faltava os 5,00 e dá-lhe conferir. Tinha gente insistindo em botar os 5,00 do bolso só para ir embora. Quem tinha celular, esquentou a orelha de receber telefonemas das “patroas”. Era erro de lançamento...
14) Comunicação - a falta e o excesso. Muitos sempre dizem que “não receberam nada”. Coitado do correio, sempre paga a conta. As vezes ele até deve. Mas só as vezes. Por outro lado, há os que sabem das coisa até sem qualquer comunicação. Sábado chegou um senhor com a sua filha pequenina, aí uns 4 anos. Quando assinou o livro, ficou em dúvida que sigla do estado colocava junto a sua assinatura. E explicou. Ele é do Rio Grande do Sul, mas está temporariamente em Curitiba com um parque de diversões. Endereço?: Não é associado de entidade numismática alguma. Como será que ele descobriu  o encontro? Que pena que não perguntaram a ele. Mas eu tenho um palpite: Acho que o correio entregou a carta do Chico Partos para ele.
15) Desta vez não teve a televisão. para que todas aquelas luzes em pessoas tão iluminadas.
16) Houveram alguns companheiros que deixaram seus lances para o leilão por que não poderiam permanecer até o final. Tudo bem. Entraram com lances externos. Só que permaneceram, ou chegaram na hora precisa. Não deu para atinar muito bem. Será que mudaram de idéia, ou queriam testar a nossa eficiência?
17) O serviço do Hotel, esta vez estava meio de vagar. Principalmente para quem queria almoçar no local do encontro. No sábado ao almoçar no restaurante do Hotel, descobri o motivo. O garçom era o mesmo Coisas do Plano Real ... contenção...
18)Álvaro de Brito, com seu cabelo que o filho do Ghirardello insistia em querer cortar...
19) Chegei ao nº 19 e não consegui falar do Irlei, e precisava. Bem o Irlei estava lá como sempre. É aquela simpatia, aquele gozador que todos conhecem. Até destoa um pouco daquele perfil de mineiro. Com ele não tem tristeza: E sempre acha um Cristo. Desta vez foi o Partos.
Até abril de 1998 se Deus quiser e ele vai querer
 

A FEIRA EM RÁPIDOS COMENTÁRIOS.
1) A feira dos domingos localiza-se a Pça. Garibaldi. O Largo da Ordem, cujo o nome oficial é Praça Cel. Enêas, fica uma quadra abaixo. Lá é que a coisa começou. Terminará uma quadra acima? Na Praça João Cândido?
2) Está aumentando na feira a oferta de moedas, que chamamos de “perfil curitibano”.
3) A Nhá Barbina está ausente há algum tempo. Que teria acontecido com ela? Agora temos de usar o relogio para ver a hora de ir embora.
4) Em alta os pedidos de moedas chinesas para “jogar iching”. Sei lá se é assim que se escreve. Poderia ser: I xing? Não entendo desse troço. São moedas chinesas antigas com furo no meio.
5) Essas ditas “moedas”, são na verdade fabricadas em Formosa. Nome mais pomposo - Taiwan. Vendidas em cartelas de quinze “diferentes” em Los Angeles, Miami e talvês outras cidades de lá, por 3 dólares.
6) Além dessas, procuram de tudo. A última novidade foi patacão para tocar berimbau.
7) A pergunta que acho mais engraçados é se as cédulas estrangeiras são autênticas. Quando me pegam “naqueles dias”, invariavelmente respondo que não. Que fiz no fundo do quintal. Que terminei em cima da hora e ainda estão meio úmidas.
8) Um domingo “um cara” foi conferir. E estavam úmidas mesmo. Tinham uns pingos de chuva.
9) E tem gente que não tem desconfiometro mesmo. Tem uma banca especializadas em selos. Com selo pendurado por tudo. Aí chega o gaiato numa banca que tem só moedas expostas e pergunta: “o sr. compra selos?” - Não senhor. O companheiro aí ao lado me fornece de graça.
10) Pergunta besta é o que não falta. Um gajo perguntou : esses cartões são para venda? - Não. É só exposição. Esses preços aí marcados são só números de código.
11) O Escritório do Cícero, continua funcionando. Tem tanta gente frequentando, que as vezes ele até sai e deixa a coisa andar sozinha.
12) Aquele João de Barro que bicava o pé do Cícero, não apareceu mais. Acho que morreu. Ou mataram ele...
13) Agora em que a folhinha diz que é verão, vêm menos gente. Os de apartamentos vão para a praia. Os de casas ficam cortando a grama do jardim que cresce mais nesse período.
14) As vendas andam fracas. O dinheiro anda curto. É a reclamação. O Carmelino é o Rei deles. Quando estou por perto, só olho para rua. Tem cada vez mais carro estrangeiro passando.
15) Mas tem cada vez mais gente tentando empurrar bagulho. O que trazem de “tranqueiras “é coisa de doido.
16) Ah vocês leram e não entenderam o que são moedas de perfil curitibano ? Tá bom. Vamos explicar: O negócio aqui é o seguinte: O curitibano que se preza, aquele, tem de ter um carro do ano se possível estrangeiro. A cifra já esta a quase um carro para dois habitantes. Mas esse não é o nosso caso. O nosso, são as moedas. Muito bem. A tara dois são as viagens para a Europa.Europa. Estados Unidos é coisa de Governador Valadares. O quente é Europa. Não importa como. Aí sobram as moedas de troco. As prestações apertam é o negócio é vender o “troco” na feira. São moedas de minha mãe, antigas.
17) Examinando as peças, a mais velha é de 1986 e ainda circulante. Vale o câmbio e olhe lá. E o interessante é que é uma Europa de quatro países: Portugal, Espanha, França e Itália. Isso é ortodoxo. Sempre tem.
18) De quando em vez, quando se tem assim “uma mãe mais velha ”pintam Alemanha e Inglaterra.
19) Moedas da Áustria, Suécia, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, aqui vão nas “caixinhas das mais caras”.
20) Leste europeu são “raras”. Vão em pasta com envelopes plásticos e outras bossas.
 


JARGÕES.

Antônio Tomaz
É impressionante coma em qualquer entidade ou agrupamento humano organizado se criam jargões. Normalmente só conhecidos e entendido pelos membros do grupo. Muitas vezes agridem a semântica e até a semiótica. Nas reuniões da S. N. P., como não poderia deixar de ser, tal situação também ocorre. Alguns exemplos:
1) Quando se começa as vendas sob ofertas, alguém diz: “Espera o Camilo”. Tradução :  - ainda é cedo. Isso porque o preclaro associado Camilo Sommavilla, sempre chega atrasado, já com o pregão em andamento. Infelizmente o Camilo anda meio sumido. SE esperarmos por ele o pregão simplesmente não sai. Mas ficou a lenda.
2) “Tem Polônia”? É a senha que o “seu” Anton está chegando. Ele chega, faz a pergunta, se a resposta for negativa ele vai embora.
3) “O Cícero não veio:”- essa expressão indica de que há uma reunião especial em qualquer parte do país. Quando não houver ele sempre já esta. É o primeiro que chega.
4)”Assinou o livro” - é a senha para dizer que o cidadão não pegou a plaqueta de arremates.
5) “Vamos passar as peças”. É o indicativo de que alguém está com pressa.
6) “O causídico e o esculápio”- é o que diz o ex Alcaide Miguel Pedroso quando há um advogado e um médico no recinto. Alcaide é prefeito.
7) “Falsas da época” - desgnativo para uma moeda quase boa digamos duvidosa, meia falsa, ( se é que isso existe). A expressão foi tirada de um numismata belga dos velhos tempos, que no seu sotaque dizia: “Falsa da epóca”.
8) “Bacia das almas”- coisa muito baratinha, ou quem isso quer. Também conhecida como “Batavo”, que era o lugar onde se vendia “galinha morta”. Essas expressões já varão os 20 anos. Seus usuários mais afetivo era o Siegfrid. Que saudades de seu escritório lá no Asa.
9) “É amigo”.  - Essa é dos cariocas. Quando a peça chega a determinado preço, o concorrente “gentilmente a deixa para o colega”.
10) “Leilão pobre”. - Essa não é geral. Usada apenas por alguns colecionadores, poucos. Quando não tem exatamente a peça que ele precisa, no estado de conservação que ele quer e também com aquele precinho bem conveniente.
11) “Não recebi nada” - a invariável colocação do associado que está em atraso com a anuidade.
12) “Que saudades do Floriano” - quando aqueles lotes comuns, baratos e repetitivos que ninguém quer, mas que o falecido Floriano sempre comprava.
13) Para o número treze, os mais ireverantes, tipos: “A Sociedade devia ter...”- nesse campo entram: catálogos de moedas., romanas, gregas, bizantinas, lidias, medievais, etc., etc., para se consultar uma vez ao ano. E mais: Catálogos de Notgelds alemão, austríacas e possível também a Noruega e Dinamarca. De cédulas particulares de Sevilha na região da Andaluzia. Um livro de cep do exterior. Um catálogo de bandeiras nacionais. regionais, estaduais e municipais de todo o mundo. Uma relação com endereço e cep dos numismatas de todo o Brasil. Uma verba bem grande e um credenciamento para comprar as moedas comemorativas no Banco Central. Uma Sede um pouco maior. Uma salinha separada para os fumantes. E por aí vai. Quem estiver interessado em colaborar a entidade está aberta e receberá de bom grado. Haverá uso potencial ou afetivo, pois tais pedidos já foram feitos.
 


O NOVO FRANCO CONGOLÊS

Vai substituir os velhos e desvalorizadíssimos “Makutas “e “Zaires”.
O Ministro Congolês de Finanças, Mawapanga Mwana Naga, anunciou que o governo de L. Kabila va pôr em circulação cédulas e moedas do Novo Franco Congolês, com valore de 1 a 100 FRS.
A impressão das notas de 10, 20, 50, e 100 FRS. Foram encomendadas a duas tipografias especializadas, uma casa de Luxemburgo e a outra dos U. S. A.
Também serão cunhadas moedas                                    .O conjunto da operação da troca do “Zaire” pelos bancos vai custaras arcas públicas 10 milhões de $ US.
A data da introdução das novas cédulas em circulação ainda não foi lixada pelo governo Congolês.
Antônio José Molina Molina.
 


HOMENAGEM.

Antônio Tomaz
A Associação Filatélica e Numismática de Brasília, através de seus “Boletim da AFNB”, nos 13 e 14, de agosto e outubro de 1997, prestou significativa homenagem ao nosso companheiro Cícero de Lima.
No primeiro Boletim uma pequena biografia e no segundo a publicação de seu retrato na primeira página e o comentários na página 11, sob o titulo “Peça Raríssima”.
A iniciativa de tal homenagem é também de companheiro Cléber José Coimbra, Diretor de Publicações daquela Associação e também associado de nossa Sociedade.
Cícero de Lima é fundador e sócio remido da Sociedade Numismática Paranaense, foi o primeiro presidente por três gestões. 1991 / 1993, 1993 / 1995 e 1995 / 1997. Nesta atual diretoria, ocupa o cargo de Diretor de Divulgação. Só deixou a presidência por sua vontade até relutando muito em aceitar o atual cargo. Comparece regularmente em todos os encontros nacionais, bem como as feiras realizadas aos domingos pela manhã na Praça Garibaldi.
Na sua gestão está capitalizada a integração e desenvolvimento da entidade e como obra principal, a aquisição da sede própria no Edifício Tijucas. Promoveu 13 encontros nacionais no período, agregou os telecartofilistas, promoveu reunião especial às quartas feira a noite. Inscreveu a entidade para a aquisição de telefone próprio o que saiu recentemente. Conseguiu o reconhecimento da Sociedade como de utilidade pública, através de lei especial . Doou varias obras para a biblioteca. Promoveu a restauração da sede com pinturas, reformas de banheiros, instalações elétricas e hidráulicas, mobiliou a entidade com a equisição de mesas, cadeira, geladeira, etc.
Hoje , mesmo fora da presidência, continua colaborando e oferecendo sua experiência pessoal e profissional, como ex presidente, numismata e empresário.
Marcos Aurélio Lepca, e que vem presidindo a S. N. P. desde abril desse ano, vem dando continuidade às obras de Cícero. Sobre tudo a sua modernização. Contratou funcionária, para que a entidade de expediente diário, adquiriu computador, desenvolvendo programas na área de cadastramento de sócios, tesouraria e também para a realizações de leilões. Fez o empréstimo sem ônus de telefone para a Sociedade, até a chegada do próprio adquirido diretamente da Telepar. Promoveu também neste ano um segundo encontro nacional no inicio de novembro, com algumas alterações dos anteriores, graças as experiências obtidas nos encontros anteriores. Por certo, no vão do tempo, novas idéias ainda serão implantadas, tudo para o engrandecimento da Sociedade Numismática Paranaense.
E para finalizar, só nos resta agradecer em nome de toda a Diretoria da S. N. P., as homenagens prestadas pela AFNB, através do Cléber Coimbra ao nosso companheiro e ex presidente, Cícero de Lima. Trata-se de homenagem a nível nacional, até porque seus Boletim tem uma tiragem de 1500 exemplares. Hoje Cícero é mais conhecido no Brasil. Pouco mais do que já era. Pode até se bondade do Cléber, mas que o velho Cícero merece, merece...
 


DEU NO JORNAL

O Sr. Danilo Lobo, atual presidente da Telerj, foi denunciado pelo procurador Rogério Soares Nascimento, junto ao juiz da 13ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Motivo da denúncia - Em 1993 Danilo Lobo no comando da Casa da Moeda, contratou sem licitação uma empresa para fazer as medalhas alusivas aos 300 anos da aludida instituição.
Alegou em sua defesa uma situação de emergência para não fazer a concorrência.
Ora, situação mais previsível que essa, impossível. O evento era previsto a exatamente três séculos. Por outro lado, o ilustre procurador também demorou um pouco para oferecer a denúncia. Quatro anos.
Já há algum tempo a imprensa notificou que o Brasil iria fazer as cédulas de plástico. As primeiras notas davam conta de que o Brasil seria o pioneiro em tal modernismo. Curiosamente que o Brasil sempre é o pioneiro em tudo. Só que os outros nem sempre concordam. Nesse caso específico com muita razão. A Austrália em 1992 já houvera lançado suas notas plásticas comemorativas aos 200 anos da colonização. Também as Ilhas de Man, a Samoa Ocidental, o Brunei e outros.
As últimas notícias dão conta de que as cédulas testes do Brasil., irão para a Austrália, onde receberão o “acabamento final”. Para quem leu a primeira nota e não é do ramo, realmente fica a idéia de que a coisa foi inventada por aqui.
As novas moedas que circularão a partir de junho de 1998, em variadas cores, na verdade são de um mesmo metal. Aço inox, igualzinha as de hoje. Só que aço inox colorido. Tecnologia inglesa adquirida. Também nada de inédito. Até porque, a própria Casa da Moeda do Brasil, já confeccionou moedas nesse sistema há alguns anos para o Paraguai e Moçambique. São aquelas moedas amarelas que pegam no imã.
Um jornal do interior de São Paulo, edição de 04 de outubro, publica uma reportagem sobre a coleção de cartões telefônicos de um senhor de 60 anos. Conta a sua história, que possui 800 cartões, menciona o aspecto cultural, fala também das cts. Estrangeiros, tudo muito certinho e bonitinho. Encerra a reportagem com uma publicação do ct. Galo da Serra e põem seu preço. R$ 700,00. Aí já é demais. Que tem cartões ao preço de R$ 700,00 tem. Mas não o Galo da Serra .
 
 

COLECIONAR... AJUNTAR

Antônio Tomaz
Já de algum tempo queria, ou até por achar necessário, escrever algo sobre o ”colecionismo e o ajuntamento”. Valendo logicamente para tudo. Das moedas as cédulas, dos selos aos cartões telefônicos, como também para outros materiais colecionáveis, ou até mais propriamente ajuntáveis.
contudo, não sei porque, não queria que fosse de minha lavra. Talvez até para não ferir sucetibilidades. Considero-me, ou consideram-me um critico meio cáustico dessa matéria. A exemplo de Kurt Prober, “... com o feio hábito de dizer o que sente... “
Assim o tempo foi passando. Ah! o tempo. Sempre o tempo. O que resolve tudo. Um dia eis que me chega o Cícero com um monte de recortes de jornais. - Você que é “ajuntador” nato de tudo, isso pode lhe interessar. Eu disse nato, não notório que é outra coisa.
Tais fragmentos eram colunas numismáticas publicadas entre os anos de 1960 e 1965, a maioria do Correio do Povo por Francisco Gandolfo e outras poucas por Victor Santin no Diário Popular. ambos os periódicos de Porto Alegre.
Poxa, como isso realmente interessa. Passando afinada leitura sobre elas, encontramos matérias de relevante importância. Numa delas, publicada em 27 de novembro de 1962 no Correio do Povo, autoria de Francisco Gandolfo, sob o título: “Numismática, Lição de História”, eis que encontramos exatamente o que estavamos esperando. Assunto - coleção  - ajuntamento. Assim transcrevemos na integra. É um pouco extensa, ma a leitura e a reflexão, realmente valem a pena.
 


NUMISMÁTICA, LIÇÃO DE HISTÓRIA

Moedas testemunham os fatos de seu tempo - Uma coisa é colecionar, outra o “ajuntador”
A história de uma nação, também revela-se através de suas moedas, logo, divulgar a Numismática, é ensinar história.
Das ocupações agradáveis, a mais interessante, a mais elevada, a que pode dar maior satisfação é, certamente, a Numismática. Ela permite o estudo da humanidade em suas relações religiosas, civis, sociais e políticas. As moedas representam uma recordação histórica das Nações do passado. É a testemunha dos fatos de seu tempo, corrigidos erros de data, retificando falsas lendas e atravessando o século, sem perder a sua perfeita e inalterável qualidade.
“É o erro fundamental supor que a coleção de moedas é divertimento de pessoas abastadas, pois na verdade, embora pareça paradoxal, as “coleções ricas se encontram nas mãos de colecionadores pobres e remediados, que, sem pressa e afobação, sem egoísmo e loucura, vão lentamente, no decorrer dos anos, colecionando as verdadeiras preciosidade da numismática. Pouco importa a um numismata estudioso que um colecionador afobado gasta fortuna para encontrar um sedativo para a sua vaidade ou satisfazer sua ânsia em mostrar opulência, pois ele sabe que as peças verdadeiramente raras não estão a venda, seja qual for a importância oferecida, mas são cedidas entre aficcionados por questões de amizade ou simpatias inexplicáveis”. ( K. Prober - “Manual da Numismática” 2ª edição - p. 1945, pág. 136).
Após esta citação, resta o pensamento do prof. L. N. da Gama, em o Decálogo do colecionador” que assim se expressa:
“Em primeiro lugar devemos distinguir o colecionador do “ajuntador”.
O “ajuntador” amontoa toda e qualquer moeda que lhe caia às mãos, de preferência estrangeiras, não se preocupando em estudá-las, classificá-las e, geralmente, nem mesmo em limpá-las. Seu prazer é apregoar que tem muitas moedas( de todas as partes do mundo) e, quando encontra um colecionador de moedas brasileiras, diz, com menosprezo: - Mas, você só tem do Brasil?
E mostra com orgulho uma peça de sua “arca”, nova em idade, velha em sujeira:
- Esta é da Pérsia.
- da Pérsia?
- Da Pérsia... do Egito... não sei bem. É por ali. Foi meu cunhado quem trouxe...
O colecionador é diferente. E, ainda aqui devemos distinguir três tipos:
1º - apaixonado e sem dinheiro.,
2º - endinheirado e sem paixão.,
3º - com paixão e com dinheiro.
O segundo tipo só difere do “ajuntador” porque trata bem as suas peças: móveis bonitos, vitrines, até mesmo um esboço de sistematização. Muito conforto e pouco carinho. Pobres moedas. A esse tipo pertencem os que compram coleções já fechadas, do mesmo modo porque compram bibliotecas “de ornato”.
O 3º tipo compreende os grandes desiludidos. Os que chegaram `a conclusão de que o dinheiro nem tudo compra. São obrigados a consolar-se com falhas de suas coleções e a contemplar verdadeiras raridades em mãos de quem traz o bolso vazio. Mas, se tem de fato alma de colecionador, aprenderão a ter paciência e a esperar.
Ao primeiro tipo pertencem os que sabem preservar pacientemente, conquistando de uma em uma, as peças de sua coleção. Cada nova conquista é uma vitória e uma alegria, que só um colecionador apaixonado pode sentir. O colecionador com dinheiro deixou de sentir essa pequenas alegrias: adquiriu com facilidade o que pode Ainda aqui, na numismática, é a dificuldade que adoça o prazer.
O “ajuntador”, quando adquire uma peça, olha-a com vaidade tola, exibe-a e atira-a ao fundo da caixa. O colecionador não. Enquanto não esmiuça todas as particularidade, fazendo o exame individual e a “morfologia comparada”. de modo a classificar a nova peça, não fica satisfeito.
O “ajuntador” é incapaz de dar informações exatas sobre as peças que possui. O colecionador elabora o catálogo de sua coleção e nele assinala as particularidades de cada exemplar. facilita, assim, o confronto com peças novas., evita a aquisição de duplicatas., não perde oportunidade de enriquecer com “Variantes ”a sua coleção.
O “ajuntador” despreza, às vezes, exemplares raros, ignorantemente, porque a sua conservação não é boa. O colecionador nada despreza: incorpora à sua coleção todo e qualquer exemplar, substituindo por outro melhor conservado quando se apresentar oportunidade.
Ajuntador, colecionador e numismata nem sempre são, no entanto tipos individuais completamente distintos. É comum serem fases de um mesmo processo evolutivo. Juntando moedas é que surge o gosto de colecionar. Do gosto de colecionar, a necessidade de sistematizar e, consequentemente, o desejo de estudar.
Para o colecionador podemos organizar o seguinte “decálogo alfabético”.
A - ADQUIRIR uma só peça de cada espécie .,
B - BARGANHAR em igualdade de condições.,
C - CLASSIFICAR antes de guardar.,
D - DIVULGAR os conhecimentos que possui.,
E - ESTUDAR a história de suas peças.,
F - FRATERNIZAR com seus colegas.,
G - GUARDAR adequadamente suas peças.,
H - HABITUAR-SE a ser metódico e paciente.,
I - INCENTIVAR os colegas mais novos.,
J - JAMAIS mercantizilar
De acordo com este decálogo o colecionador não deve querer açambarcar o mercado e conservar em seu poder diversas peças iguais, impedindo que outros a possuem ( A ).
Nunca deve trocar uma peça rara por duas ou mais de raridade menor ( B ).
Deve classificar as suas peças e organizar o catálogo de sua coleção ( c).
Deve divulgar os conhecimentos e experiências que adquiriu, citando honestamente as “fontes”, sempre que isto for possível. cooperará, assim, para o desenvolvimento da numismática. É ingênuo o que supoem ser o único a ter observado determinada caracteristica. O espirito de observação não é privilegio de ninguém. Outros chegaram ao mesmo resultado e a Divulgarão para o benefício de todos ( d).
Deve habituar-se a ser metódico e paciente, certo de que as moedas não estão a sua procura e sim ele a cata de exemplares que cada dia se tornam mais raros (H ).
Não deve visar lucros pecuniários ao adquirir uma peça, nem explorar os colegas incautos( H ).
No Aurélio:
Colecionar = fazer coleção de.
Ajuntar = ( a apenas) reunir.
Juntar = unir-se
Como se pode ver, é tudo diferente.
 


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