SOCIEDADE NUMI$MÁTICA
PARANAENSE
BOLETIM 07
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VARIEDADES NAS MOEDAS DO REAL.
MOEDA DE PLÁSTICO.
E SÃO BARTOLOMEU ?
COMENTANDO O BOLETIM Nº 6.
COMENTÁRIO RÁPIDO SOBRE A SOCIEDADE.
HISTÓRIAS DA FEIRA DA PRAÇA GARIBALDI.
COMENTANDO 1.
COMENTANDO 2.
MOEDAS PARTICULARES.
SÓCIO MAIS ANTIGO.
ECOS DO ENCONTRO DE 07 E 08 DE NOVEMBRO - CURITIBA.
JARGÕES.
HOMENAGEM.
DEU NO JORNAL.
COLECIONAR... AJUNTAR.
NUMISMÁTICA, LIÇÃO DE HISTÓRIA.
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VARIEDADES NAS MOEDAS DO REAL
Antônio Tomaz
Em três anos o real emitiu 17 moedas regulares
diferentes, considerando-se: valores e datas. Contudo em uma coleção
realmente bem feita, estudada e pesquisada, elas já passam de 100.
Embora esteja, ao que consta a Casa da Moeda,
aparelhada do que de melhor se conhece em equipamentos, as falhas de cunhagens
afloram quando em outros tempos.
Há variantes desde as mais clássicas,
como: reverso invertido, horizontal e inclinado para a direita e para esquerda,
como outras de várias formas e características. Enumeremos
algumas:
Sombra da data no reverso, orla sem polimento,
cunhagens deslocadas, no anverso, no reverso ou em ambos, cunhos partidos
em vários locais, pontos diversos, empastamento em orlas, datas
empastadas e quebradas, acentos e cedilhas, letras apagadas, cunhagens
porosas, datas, centavos e números duplos, até uma moedinha
de um centavo módulo maior já foi encontrada.
Assim dentro de um esquema bem pesquisado, a
coisa vai longe...
Aguardemos as novas que sairão em 1998.
E aí tudo começará de novo?
MOEDA DE PLÁSTICO
Um sábado, divagando na Sociedade com o
Marcos, fomos ver no catálogo as tais moedas de plástico.
Foram emitidas pelas Ilhas Cocos. E não é coisa de agora.
Iniciaram-se em 1913. Pensava que naquele tempo nem existisse o tal plástico.
São difíceis e caras. O Marcos não tem nenhuma e para
dizer a verdade também nunca as vi. Portanto se alguém as
tiver e quiser mandar para o Marcos e de quebra mais uma para o escriba
aqui, aceitaremos de bom grado.
Mas que diabo é esse Cocos? As ilhas Keeling
( no original) são parte do território externo da Austrália.
Naquele catálogo de moedas que vimos, a sua população
era de 625 habitantes. Num almanaque mais novo consta que são 616
em 14 km. quadrados. Isso tudo a 2700 km a noroeste da Austrália.
Por tudo isso é que tais moedas são difíceis por aqui.
As cunhagens devem ser tão pequenas, que se tirarmos algumas, farão
falta para seus habitantes. Seiscentos e poucos, quase do tamanho da torcida
do Paraná Clube.
Mas já que falamos em cocos, não
confundir com cook, que quer dizer cozinheiro, já ouvi que o galo,
mas não é. Galo é cock, pouca diferença, mas
tem. As Ilhas cook, também fica por aqueles lados. Curiosamente
também a 2700 km, porém a noroeste da Nova Zelândia,
pais a que pertence. Também emitem moedas próprias, porém
metálicas. O território também é maior, 234
km2. A sua população é de 17185 habitantes. Se aproxima
a torcida do atlético.
Esqueci de pesquisar se fazem parte da FIFA.
Com o Havelange lá é bem possível
E SÃO BARTOLOMEU ?
Ilhas do Caribe, 3000 habitantes, é dependência
de Guadalupe, território de Ultramar Francês. Está
ilha como outras, foram colonizadas pelos franceses no século XVII.
Em 1784, foi vendida para a Suécia que a administrou até
1876. Foi posta em leilão e arrematada de volta pela França,
muito provavelmente pelo lance mínimo. E o que nós outros
temos com isso? Acontece que no período de administração
sueca, São Bartolomeu se utilizou de moedas americanas, contramarcadas
com o escudo sueco. E tem um companheira nosso, hoje meio desligado das
lides moedísticas, que possui um 960 réis cujo o recunho
é sobre uma dessas moedas. Uma raridade ?
Com a palavra, os especialistas em patacões.
Já uma novidade se saber que a Suécia
também andou pela América Central. Pouquíssimos livros
de história mencionam tal façanha, mas foram quase 100 anos
de domínio escandinavo na referida ilha.
HISTÓRIA DOS LEILÕES DA S. N.
P.
Antônio Tomaz
Outro dia Marquinhos, desculpem, o “seo” Marcos,
ele é o Presidente, me pediu informações sobre as
nossas “vendas sob ofertas”.
Perguntou-me quando completariamos a de nº
300, já que estamos na 277ª.
Pelo andar da carruagem o 300 ocorreria lá
pelo mês de maio de 1998. Acontece que houveram muitas reuniões
em que efetivamente não ocorreram as ditas “vendas sob oferta:”.
Algumas por pouca presença de associados, outras por falta de peças
a licitar. De qualquer forma foi uma boa deixa para se fazer um levantamento
histórico do passado. Consultei os meus alfarrábios e extrai
os seguintes dados:
O primeiro foi realizado em 17-03-1991, quando
a Sociedade oficialmente ainda não existia. Foi no restaurante do
alemão. O segundo em 06-04-1991, o da fundação da
S. N. P., também no restaurante do alemão.
A propósito, o nome do alemão é
Andersen Prado.
Em 1991, realizamos 17 2 leilões no restaurante
do alemão e 15 no Elo Hotel I, sendo um especial.
Em 1992- 24. Todos no Elo I, sendo 3 especiais.
Naqueles tempos, eles eram realizados a cada dois sábado.
Em 1993- 42. Sendo 9 no Elo I, 4 especiais e
32 na sede própria do Edifício Tijucas.
O último regular realizado no Elo I foi
em 27-03-93 .Depois lá houve o especial de 10-04-93.
O primeiro na sede - em 24-04-93.O que seria
a 1º de maio não marcado. A partir de 08 de maio, passaram
a ser todos os sábados.
Em 1994 - 49. Os dois especiais no Elo I e 47
na sede do Tijucas. Nesse ano apenas um não se realizou, o de 09-07-94.
Em 1995 - 54. Apenas um especial, no Elo Hotel
II. 53 na sede do Tijucas. Nesse ano começaram os de quarta à
noite, só para cts O primeiro foi em 11-10-95, sendo destas, realizados
7. No exercício, apenas 2 não foram realizados: o de 25-02
de numismática e o de 15-11 de cts.
Em 1996 - 58 - 2 espaciais no Elo II. Um
de numismática outro de cts. Os outros 56 no Tijucas. Neste ano
22 marcados não foram realizados. 4 de numismática e 18 de
cts., que teve o seu último realizado em 17-07 e a
última reunião em 04-08. As reuniões
das quartas feiras foram extintas pela baixa frequência do pessoal
dos cartões. Das 39 reuniões realizadas em apenas 20 foram
realizadas vendas sob ofertas.
Em 1997 - 34 - 2 no Elo II, especiais.
Um de numismática e outro de cts 32 no Tijucas. Todos de numismática.
Marcados e não realizados apenas 3. Isso até o mês
de setembro. Até o final do ano ainda estão previstos mais
12.
Fazendo um resumo: 1991 - leilões 17
total 17
1992 - leilões 24 total 24
1993 - leilões 41 total 41
1994 - leilões 49 reuniões simples
1 total 50
1997 - leilões 54 reuniões simples
2 total 56
1996 - leilões 58 reuniões simples
22 total 80
1997 - leilões 34 reuniões simples
3 total 37
totais 277 reunião simples 28 total 305
A essa altura se a comemoração
dos 300 for só de leilões, fica para maio de 1998. Se valeram
também as reuniões sem vendas, a data já passou. Com
a palavra o sr. Presidente.
Aproveitando o gancho do assunto, queria dizer
que das 305 reuniões realizadas, compareci a 304. A minha única
falta ocorreu no dia 21 de janeiro de 1992, e, curiosamente por nenhum
motivo justificável. Detenho com toda certeza, o recorde de frequência.
Vale dizer que quem se casou sábado à tarde e me convidou,
não teve o ar da minha presença. Isso inclusive dois diretores
da S. N. P. Aliás, sempre que sou istado para qualquer coisa, vou
logo dizendo:
Não sendo sábado a tarde ou domingo
pela manhã, beleza. Eu topo.
COMENTANDO O BOLETIM Nº 6.
ANTÔNIO TOMAZ
Na introdução o Marcos Lepca discorria
sobre as conferências feitas. Da dificuldade da digitação
etc.
Pois não é que mesmo assim passaram
alguns equívocos.
No circulando - item 1: As novas cédulas
de 1,00 BA e AB, 5,00 e 10,00. Ficou truncando. O certo seria: 1,00 BA
e AB. 5,00 e 10,00 AC.
No sócio mais antigo - último parágrafo.
“Essas Colaborações... O certo é essas colocações.
Na história da feira - pág 14 -
onde se comenta as expressões criadas meio esdruxulas. Lá
na “Cabeça Grande”. A cédula do Barão do rio Branco
1º tipo. Nos 153, 154 e 155. No parênteses saiu “Brasão”.
Quando o certo seria Barão.
Aquela história dos descritérios
dos policiais de trânsito continua. Ali naquela faixa que as vezes
pode, as vezes não pode, dia 14 de setembro, foram multados dois
carros. No dia 28 do mesmo mês, não foram multados. Um dos
carros era exatamente o do policial.
A Sociedade e seus sócios. Nesse tópico
se comentava sobre um associado ilustre - o Padre Molina. Gente muito fina,
como pessoa como numismáta e como padre. Recentemente a imprensa
noticiou o fato de que o Bispo de Niterói proibiu um de seus padres
de celebrar missa de sandálias. O Padre Molina não deixou
barato, escreveu uma excelente e bem humorada crônica sob o título:
As sandálias do Pescador, publicado no jornal Voz do Paraná
do dia 28 de setembro. Começa por colocações bíblicas,
passa pela legislação eclesiastica no tocante aos ritos e
paramentos, tudo com citação dos artigos. Capítulos,
etc., etc. Compara as sandálias ao tênis e termina sugerindo
ao Núncio Apostólico que antes da visita do Papa ao rio,
lhe envie o seguinte fax: Apesar do calor do rio de janeiro, por favor
Santidade, não calce as sandália do pescador:! Venha ao Brasil
calçando suas botas de montanheiro”. É , o Pe. Molina aí
bateu pesado no Bispo de Niterói. Uma gozação bem
posta e embasada as vezes dói mais do que uma bordoada.
E acabou a feira dos sábados - os artesãos
foram alocados na Rua da Cidadania. Sem nenhum numismata ou filatelista.
As informações que circulam é que muitos estão
abandonando o local e outros o farão após o final do ano.
Motivo principal - baixo movimento comercial,
COMENTÁRIO RÁPIDO SOBRE A SOCIEDADE
1 -A Diretoria atual melhorou. Pelo menos em termos
de frequência às reuniões. Dos 9 diretores, comparecem
6. Na anterior, dos 9 compareciam só 3.
2 - O que realmente faz muito sucesso nas reuniões
é a “Geladeira.” Já tem praticamente de tudo. O que o freguês
pedir e não tiver, no outro sábado terá. Só
não se vende cigarros. Dos nove membros da diretoria, só
um fuma. Por sinal sou eu. Bem feito para mim.
3 - O que está ficando caro, são
as taxas da sede. A de água é um despaltério. Sempre
tem obras: Revitalização da galeria, alteração
de fiação elétrica, troca de luminárias e mais
não sei o que.
Nos com uma salinha pequena e uma reunião
por semana, ajudamos a pagar a conta, pois tudo é na base do rateio.
Pode ser legal, mas que não é lá muito justo, isto
não é.
4 - Os cts. estão sumindo da Sociedade.
Eles e seus aficcionados. O interesse pode até estar aumentando,
mas em matéria de organização a coisa anda meio fraca.
5 - Os assuntos mais comentados nas reuniões
fora da numismática, são as viagens para o exterior. O que
essa gente viaja não está escrito no... passaporte.
HISTÓRIAS DA FEIRA DA PRAÇA GARIBALDI
Antônio Tomaz
Sempre costumo comentar algo sobre a feira, afinal
é o nosso recanto sagrados das manhãs domingueiras. Casos
pitorescos, fatos do cotidiano e as vêzes descendo o malho em quem
faz pergunta idiotas.
Mas quando alguém faz uma pergunta inteligente
e principalmente quando essa pergunta nos faz avivar a memória,
botar a cuca em dia e que o assunto pode até servir de orientação
aos colegas mais novos, ou aos menos observadores, creio ser também
importante que se comente.
Um cidadão me perguntou por que as cédulas
do padrão cruzeiro antigo, ( 1942 - 1965 ), da primeira estampa
( American Bank Note Company ), algumas delas não tem o designativo
da estampa?
Achei interessante a observação.
E é verdade. Isso ocorre.
Acontece que o cruzeiro foi instituído
em 1942, mas as primeiras cédulas, as autografadas, só foram
emitidas em 1943, Algumas em 1944. Tais cédulas foram mandadas fabricar
nos Estados Unidos ( ABNC), tradicional fornecedor desde os tempos de mil
réis. Na época provavelmente pensava-se que a instituição
americana seria única fornecedora de papel moeda para o Brasil.
Assim a designação da estampa seria totalmente desnecessária.
Ocorreu que em 1948, na gestão de Pedro
Luiz Correia e Castro como Ministro da Fazenda, entendeu-se por também
fabricar as cédulas na Thomas de La Rue & Company Limited, as
ditas notas inglesas. Assim ocorreu com todos os valôres da época,
exceto o de 1,00. Também autografadas, nos anos de 1948 e 1950.
Esses vinham com a descrição: 2 ª Estampa. A partir
desse período, circulavam em paralelo. Inglesas e americanas, todas
autografadas. As microchancelas, só foram implantadas em 1953.,
ná época do Ministro da fazenda Horácio Láfer.
Mesmo com essa alteração, as cédulas da primeira estampa,
continuaram a ser impressas sem a menção do número
da estampa. Isso foi até 1961. Nesse ano, com o Sr. Clemente Mariani
Bittencourt, no Ministério da Fazenda, nova modificação.
As cédulas que até então eram: “valor recebido “,
mudaram a denominação para: “Valor Legal”, desaparecendo
também a frase:” No Tesouro Nacional se Pagará ao Portador
Desta a Quantia de...”. Ficando apenas: Tesouro Nacional - Valor Legal.
Aproveitando esse ansejo, as cédulas fabricadas pela American Bank,
passaram a ter a denominação: Estampa 1ª. Aí
parece que ficou tudo certo. Parece, mas tem mais uma confusão pela
frente. Já que é para observar, vamos lá.
Em 6 de junho de 1961, foram lançadas
as “Cédulas do Índio”. 5 cruzeiros. Nestas tem a denominação:
Estampa 3 e não terceira? Mas tem mais complicação
aí. Nesta data, era Ministro da fazenda, Clemente Mariani, mas as
cédulas sairam com as micronchancela de: Sebastião
Paes de Almeida, que havia deixadeo o posto em 31-01-1961. A seguinte,
emitida em 1962, com a chancela de Walter Moreira Salles. E assim o Sr.
Clemente Mariani passou em branco nessa epopéia.
Nossa história está em 1962. Em
1963, sai a cédula de 5 mil, sem altercações. Demos
um pulinho a 1966. Nesse ano sai a cédula de 10.000. A Santos Dumont.
Ocorre que as fabricadas pelo American Bank, voltarão a não
ter a designação da estampa.
Ainda bem que o meu interlocutor não perguntou
desta. Ficou satisfeito com as explicações e a vista do folheamento
do álbum que só foi até as cédulas de 1.000.
Digo ainda bem, porque do episódio da cédula de 10.000, eu
não sei. Se alguém souber, por favor me informe.
Ufa, folheando o álbum e a vista das cédulas,
a explicação é fácil e até rápida,
agora escrevendo é maçante. Para quem escreve e também
para os possíveis leitores.
Eta trabalho que o Frederico me deu...
COMENTANDO 1
O Filacap de junho de 1997, na sua página
nº 4, publica artigo intitulado: “códigos no verso dos CT Brasileiros”.
Autoria de José Marques Barboza, explica detalhadamente todos aqueles
códigos constantes no verso inferior esquerdo dos Cts. Explica que
os últimos números dentro do parênteses, referem-se
aos códigos das operadoras, estaduais e federais. Pois bem, no 05
é indicado TELESPAR, empresa que não existe. Porém
falta a TELEPARÁ. É de se supor que tenha havido um equívoco
de alguém é sejam a mesma empresa. Será ?
Vamos averiguar o assunto.
Ct da TELEPARÁ, tem? Tem. É o da
Arara Vermelha.
Verificando no verso do mesmo, o código
é o 15. Só que na lista do aludido artigo, o 15 pertence
a TELEPAR:
Já entendemos - onde diz: TELERAR, vale
TELEPARÁ. No 05 TELESPAR é na verdade TELEPAR. Certo? Vejamos,
há uma emissão de TELEPAR, o semint de 1993. É só
checar. Era. Esse cartão não tem os códigos no verso.
Não há outro por enquanto, assim não as pode ter certeza.
Os de mais, todos conferem.
Outro dia recebi o amigo Cléber, como
cortesia da AFNBDF, artigo análogo de autoria do Sr. Laur Scalzaretto.
Ótima oportunidade para se elucidar o assunto. Seria! A tabela das
companhias está “ipsis litiris” com a anterior: 05 - TELESPAR e
15 - TELEPAR. Sabemos com certeza que o 15 é a TELEPARÁ e
imaginamos que o 05 seja TELEPAR.
Em tempo: - olhando um ct dos jogos da natureza,
, lá está o 05, só pode ser da TELEPAR.
Em conclusão dizemos de que nem tudo que
está escrito é correto. Nem tudo o que está no “livro”
vale. Tais fenômenos são comuns no ramo. Já saíram
cédulas em catálogos que não existem. Como já
foi também relacionada a moeda de 10 cruzados de 1986, que nunca
existiu. Ao colecionador cabe apenas usar catálogos como guias,
mas não como bíblias. Os mais avançados devem se situar
acima dêles. Descobrindo sempre coisas novas. Aliás, isso
é o paradigma da evolução.
COMENTANDO 2
Antônio Tomaz
A grande maioria de listas de leilões que
se recebe, está intrinsica a cobrança de “comissão”
do comprador. variam de 2% a 12%. Tem a taxa de porte do correios, de “manipulação”
e agora inventaram mais uma: 1% que será repassado ao correio, como
“valo declarado. Alguns mais criativos, tem a “taxa mínima”, geralmente
de R$ 10,00. Há um caso de um amigo que arrematou apenas uma peça
por R$ 9,00. O preço final ficou em 23,50, incluindo mais 0,02 de
“taxa de arredondamento”. O valor seria R$ 23,48.
Quem fez uma compra pequena, tem uma conta grande.
Aos amigos de fora, informamos que a Sociedade
Numismática Paranaense só cobra comissão do vendedor.
Do comprador, apenas o valor da peça mais o porte.
MOEDAS PARTICULARES
Antônio Tomaz
Nas décadas de 20 e 30, grassavam por estas
e outras plagas, as ditas “moedas particulares”. A pretexto de falta de
troco ou mesmo numerário, empresas emitiam suas próprias
moedas. A verdade não é bem essa. O que se queria era forçar
o trabalhador a operar preferencialmente com tais empresas. Via de regras
tinham seus armazéns ou fornecimentos de produtos vários.
Quer dizer: o trabalhador recebia numa porta e gastava na porta ao lado.
Acontece que na prática tais moedas romperam
barreiras das empresas emitentes e passaram a circular também fora
de seus domínios. Outros comerciantes também as aceitavam
pela garantia e solidez que elas ofereciam. No fim do mês bastava
trocá-las e ficava tudo certo.
São bastante lembradas as de: Leão
Júnior, Casa José Nabo, Indústrias João Sguário,
J. J. Bettega, Cerâmica de Pinhais, Estrada de Ferro, Teatro Hauer,
Reinoldo Kopp, Fazenda Capão Bonito, e muitas outras.
A propósito do fato em uma reunião
de outubro na S. N. P, foi posta à licitação uma peça
de 25 mil réis da Casa Imperial. Empresa especializada em “costumes
completos de cazemira superior”. Ä única sui generis”. Ficava
ali na Rua da Imperatriz nº 12 - Curityba com “y”. Dá para
se ter uma idéia do tempo e também do charme:
“Au Buon Marché” no puro e legítimo
francês.
Tais peças despertam a curiosidade dos
colecionadores. Tanto é assim que naquele sábado de frio
e chuva, com muito pouca gente presente, assim mesmo deu disputa.
Seu valor começou em R$ 5,00 e chegou no final a R$ 18,00. O marcos
acabou por levá-la. Seu oponente era o Dênis Renaux, que obviamente
perdeu a disputa.
Mas quem tem sorte, tem. No dia seguinte domingo,
lá na feira, eis que chega um cidadão com um monte de bagulhada
para vender. Notas comuns e dilaceradas. Junto um punhadinho de moedas
também comuns, daquelas que todos estamos acostumados a ver e atender.
Só que no meio da tal bagulhada, tinha exatamente a “particular
”de 25.000 réis da casa Imperial e de quebra mais uma do Teatro
Hauer. Tudo isso arrebatado por uma ninharia, pouco mais que o peso. A
essa altura o Dênis estará louco de feliz. No dia anterior
ele se dispôs a pagar ate R$ 17,00 pela moeda particular, pois apesar
de ter vários anos como comerciante na feira, nunca a tinha visto.
No dia seguinte apareceu a moeda particular,
com mais uma de quebra. Sorte é sorte.
Ouvi dizer que um sócio que é daquele
tempo e que sempre mandava confeccionar seus ternos com a mais pura “cazemira”,
que tem em seus guardados um punhado dessas peças. Mas creio que
isso seja na verdade, pura intriga da oposição.
SÓCIO MAIS ANTIGO.
Antônio Tomaz
Em sequência da apresentação
dos mais veteranos, hoje é a vez do Sr. ANTON GRAMOWSKI, sócio
efetivo da S. N. P. sob nº 88.
Anton é nascido em 16-01-1913, no papel.
Na prática é do mesmo dia e mês, mas de 1910. É
mais antigo do que o Floriano, mas este detalhe eu não sabia. A
diferença dos três anos, ocorreu quando de sua vinda ao Brasil.
Para ficar um pouco mais novo, engoliram três anos no passaporte.
Já naquele tempo, e na Inglaterra:
O “seu ”Anton é nascido em Posnan - Polônia.
( não esquecer do acento no n ), capital do estado de Posnan - Polônia.
No seu tempo, a 98 km. da Alemanha, hoje uns 160. A família de sua
mãe era de agricultores do pai de açougueiros. Começou
a frequentar a escola em 1916 em sua cidade natal. Naquele tempo sua região
estava sob os domínios alemães 1ª guerra mundial. Era
proibido falar polonês na escola. Quem falava apanhava de chicote.
Quem batia era o professor. Uma vez o “seu “Anton, que jura que não
falou, apanhou do mesmo jeito. Quando acabou a guerra o tal professor morreu
a pedradas e foi jogado em um rio. Em 1919 a escola virou novamente polonesa
e o “seu “Anton fez o primário de 7 anos mais o ginásio de
9 anos. Tudo na mesma escola, agora sem chicote E como toda família
polonesa que se presa, tem de ter um padre. Lá foi “seu “Anton para
o seminário em Gniezno - 50 kl. de Posnan. Ficou 3 anos, mas a vida
religiosa não era o seu negócio. Voltou para casa do pai
trabalhando no açougue fazendo salsichas. Isso até 1929.
Aí apareceu um anúncio de recrutamento para a escola naval.
“seu” Anton se inscreveu e foi selecionado. Fêz o curso de 3 anos
em Gdynia ( perto de Gdansk, no Báltico). Formou-se oficial e foi
designado para submarinos. Foi tocando sua vida de marinheiro e quando
estourou a 2ª guerra mundial, estava em férias. O que parece
bom. Parecia. Em 17 de setembro de 1939 entraram os russos. Foram todos
presos e levados para a Sibéria. Trabalharam em minas de carvão,
mas não por muito tempo. Com mais dois companheiros fugiram se escondendo
de dia e andando a noite. Após quase um ano chegaram ao Iraque,
então pocessão inglesa. Recebidos pelos britânicos,
entraran no exército inglês. Aquele dos expatriados que era
comandado inicialmente pelo general Chicorski e no fim pelo general Andersen.
Isso de 1940 a 1947. Sua base era Manchester, andou em operações
pelo canal da Mancha, Estreito de Gibraltar e canal de Suez. Finda a guerra,
embora os ingleses quisessem mantê-lo por lá, preferiu ir
para o lugar mais longe possível. O mais longe era o Brasil. Partiu
de Nápoles para o rio de janeiro. Como queria ir ainda mais longe
foi para Porto Alegre, depois Blumenau. Achou nesta cidade “muito calor”.
Veio a Ponta Grossa, lá tinha “muito vento”. Finalmente apontou
em Curitiba, até porque aqui havia uma grande colônia polonesa.
Aqui, alojou-se inicialmente na casa do
Imigrante que havia na Rua Augusto Stelfeld, até alugar uma casa
no alto da Rua XV. O seu consultor aqui para a língua e negócios
foi o sr. Miroslau Floreski, que tinha sido companheiro de escola de seu
irmão. Estava por aqui desde o final da 1ª guerra e estabelecido
com a conhecidissima Charutaria Liberty.
Trabalhou no açougue Garmatter por 9 anos
até fecharem a fabricação de linguiças. Depois
de frigorífico de Pedro Olímpio Alves de Camargo no Uberaba
por mais 8 anos. Aí com as coisas mais esrabilizadas montou seu
próprio negócio. Uma Fábrica de linguiças polonesa
em Campo Magro. Ganhou muito dinheiro com os porcos em 7 anos. Já
meio cansado vendeu tudo e veio para o centro de Curitiba. Para não
ficar todo parado, arranjou emprego de zelador de prédios. Começou
no Edif. Gascês do nascimento na Ébano Pereira e encerrou
esta atividade na Galeria Andrade, mais 18 anos. Hoje sua atividade é
“dar uma olhada” em sua chácara que herdou de seu sogro na Colônia
Muricy
O “seu” Anton casou-se a primeira vez na Polônia,
possuindo dessa união dois filhos, Um nascido em 1944 na Alemanha
quando sua esposa fugia da Polônia e outro nascido na Brasil, que
hoje está na Noruega. O seu segundo casamento, no Brasil, com sua
descendente de poloneses da Colônia Muricy, não lhe rendeu
mais filhos.
E como o “seu’ Anton virou numismata?
Isso ocorreu tardiamente e numa circustância
insólita. Corria o ano de 1980, já aos 70 anos, fumando 4
carteiras de cigarros por dia, a saúde deu um balanço. O
médico, complacente, não vetou totalmente os cigarros, mas
limitou-os a 10 por dia. Para quem conhece o “seu” Anton, foi uma maneira
sutil de equacionar o problema. Só que na verdade, o médico
que esperava uma reação, teve outra contrária.
- Doutor, se for para fumar só 10 cigarros
por dia, eu prefiro nada.
Parou de fumar totalmente, mas precisava fazer
alguma outra coisa. Aplicar aquele dinheiro dos cigarros. Passou a colecionar
moedas. Há 17 anos e com 70 de idade. É uma história
que não se conhece outra. Das moedas, passou também as cédulas,
aos selos, aos postais, agora também aos cartões telefônicos.
Tudo da Polônia, ou de quaisquer países que tenham motivos
ou temas poloneses.
Assíduo frequentador das reuniões
da S. N. P. e que invariavelmente pergunta: Tem polônia?” Quando
não tem vai embora antes da reunião terminar.
Calmo e comedido, mas para deixá - lo
irritado é muito fácil. É só falar de Hitler
ou Stalin. Aí, sai de baixo... As balinhas que ele sempre tem a
distribuir, naquele dia, podem esquecer...Não xinga, mas com certeza
pensa e em quatro idiomas, que domina muito bem.
ECOS DO ENCONTRO DE 07 E 08 DE NOVEMBRO - CURITIBA
Antônio Tomaz
1) Um dia de chuva, outro de muito calor. Aqui é
Curitiba.
2) Presença pela primeira vez do Chagas
de Albuquerque, lá da Paraíba. Agora sei porque o Cléber
sempre diz que João Pessoa é o melhor encontro do Brasil.
3) No domingo o Chagas estava muito feliz na
feira. Também pudera, ele acertou o dia. Foi bem naquele que caiu
o verão. É o segundo ano consecutivo que o verão em
Curitiba cai em um domingo.
4) O comparecimento passou das 250 pessoas. Aprenderam
a malandragem de fazer assinar o livro nos dois dias.
5) O Cléber não veio. Dando uma
força ao pessoal de Goiânia. No seu lugar, lá perto
do frigo bar, o Luiz Sérgio.
6) Os dois pregões foram feitos de uma
tribuna. Nova bossa do Hotel Elo. Olhando de longe, os pregoeiros mais
pareciam pastores. O João Corrêa de gravata então...
7) O Chico Partos, figura carimbada lá
do Rio Grande, chegou em cima e sem reserva de nada. Não deu outra
foi improvisado lá em cima do palco. Teve de desmontar antes, para
a preparação do leilão. Bem feito para ele.
8) Os cartões telefônicos em alta.
Destaque - Edison Corrêa. Mesa dupla. Filha de secretária.
Camisa com sua logomarca. Catálogo próprio. É invocado
o homem.
9) A propósito do catálogo, o Edison
comentava das dificuldades em elaborá-lo. Conferências e mais
conferências e ainda passaram erros. É verdade, tá
na lei de Murphy: “o que tem a menor possibilidade de dar errado, dará”.
10) E deu. Tem uma série de cts. do Sírio
de Nazaré. Ora, o Sírio só pode ser da Síria.
O de Nazaré é o Círio, que quer dizer vela grande.
E tem também as Flores do Serrado. É mais as flores não
são madeiras. São do Cerrado- daquela vegetação
compcta densa e pequena d’ algumas regiões do Brasil.
11) Na série dos namorados aí ele
bagunçou. Que tem namorado no sofá, tudo bem. Mas ele arranjou
uma na palhoça, aí já é demais.
12) E o Zeca? O velho professor lá de
Brasília, mas que é da Serra Paulista, como gosta de dizer,
bagunçou o coreto da turma de cartões. Logo no início
anunciou e bem alto de que dispunha da Fanta em quantidade e a precinho
bem merreca. A turma chegou firme e levou todos. Agora que jogou o preço
lá em baixo foi verdade. Começou em 15,00 e terminou em 2,00.
Lei de mercado livre é isso aí.
13) O presidente Marcos, no segundo dia, nos
segurou até quase meia noite. Isso porque no fechamento do leilão
deu uma diferença de 15,00. Achamos 10,00. Faltava os 5,00 e dá-lhe
conferir. Tinha gente insistindo em botar os 5,00 do bolso só para
ir embora. Quem tinha celular, esquentou a orelha de receber telefonemas
das “patroas”. Era erro de lançamento...
14) Comunicação - a falta e o excesso.
Muitos sempre dizem que “não receberam nada”. Coitado do correio,
sempre paga a conta. As vezes ele até deve. Mas só as vezes.
Por outro lado, há os que sabem das coisa até sem qualquer
comunicação. Sábado chegou um senhor com a sua filha
pequenina, aí uns 4 anos. Quando assinou o livro, ficou em dúvida
que sigla do estado colocava junto a sua assinatura. E explicou. Ele é
do Rio Grande do Sul, mas está temporariamente em Curitiba com um
parque de diversões. Endereço?: Não é associado
de entidade numismática alguma. Como será que ele descobriu
o encontro? Que pena que não perguntaram a ele. Mas eu tenho um
palpite: Acho que o correio entregou a carta do Chico Partos para ele.
15) Desta vez não teve a televisão.
para que todas aquelas luzes em pessoas tão iluminadas.
16) Houveram alguns companheiros que deixaram
seus lances para o leilão por que não poderiam permanecer
até o final. Tudo bem. Entraram com lances externos. Só que
permaneceram, ou chegaram na hora precisa. Não deu para atinar muito
bem. Será que mudaram de idéia, ou queriam testar a nossa
eficiência?
17) O serviço do Hotel, esta vez estava
meio de vagar. Principalmente para quem queria almoçar no local
do encontro. No sábado ao almoçar no restaurante do Hotel,
descobri o motivo. O garçom era o mesmo Coisas do Plano Real ...
contenção...
18)Álvaro de Brito, com seu cabelo que
o filho do Ghirardello insistia em querer cortar...
19) Chegei ao nº 19 e não consegui
falar do Irlei, e precisava. Bem o Irlei estava lá como sempre.
É aquela simpatia, aquele gozador que todos conhecem. Até
destoa um pouco daquele perfil de mineiro. Com ele não tem tristeza:
E sempre acha um Cristo. Desta vez foi o Partos.
Até abril de 1998 se Deus quiser e ele
vai querer
A FEIRA EM RÁPIDOS COMENTÁRIOS.
1) A feira dos domingos localiza-se a Pça.
Garibaldi. O Largo da Ordem, cujo o nome oficial é Praça
Cel. Enêas, fica uma quadra abaixo. Lá é que a coisa
começou. Terminará uma quadra acima? Na Praça João
Cândido?
2) Está aumentando na feira a oferta de
moedas, que chamamos de “perfil curitibano”.
3) A Nhá Barbina está ausente há
algum tempo. Que teria acontecido com ela? Agora temos de usar o relogio
para ver a hora de ir embora.
4) Em alta os pedidos de moedas chinesas para
“jogar iching”. Sei lá se é assim que se escreve. Poderia
ser: I xing? Não entendo desse troço. São moedas chinesas
antigas com furo no meio.
5) Essas ditas “moedas”, são na verdade
fabricadas em Formosa. Nome mais pomposo - Taiwan. Vendidas em cartelas
de quinze “diferentes” em Los Angeles, Miami e talvês outras cidades
de lá, por 3 dólares.
6) Além dessas, procuram de tudo. A última
novidade foi patacão para tocar berimbau.
7) A pergunta que acho mais engraçados
é se as cédulas estrangeiras são autênticas.
Quando me pegam “naqueles dias”, invariavelmente respondo que não.
Que fiz no fundo do quintal. Que terminei em cima da hora e ainda estão
meio úmidas.
8) Um domingo “um cara” foi conferir. E estavam
úmidas mesmo. Tinham uns pingos de chuva.
9) E tem gente que não tem desconfiometro
mesmo. Tem uma banca especializadas em selos. Com selo pendurado por tudo.
Aí chega o gaiato numa banca que tem só moedas expostas e
pergunta: “o sr. compra selos?” - Não senhor. O companheiro aí
ao lado me fornece de graça.
10) Pergunta besta é o que não
falta. Um gajo perguntou : esses cartões são para venda?
- Não. É só exposição. Esses preços
aí marcados são só números de código.
11) O Escritório do Cícero, continua
funcionando. Tem tanta gente frequentando, que as vezes ele até
sai e deixa a coisa andar sozinha.
12) Aquele João de Barro que bicava o
pé do Cícero, não apareceu mais. Acho que morreu.
Ou mataram ele...
13) Agora em que a folhinha diz que é
verão, vêm menos gente. Os de apartamentos vão para
a praia. Os de casas ficam cortando a grama do jardim que cresce mais nesse
período.
14) As vendas andam fracas. O dinheiro anda curto.
É a reclamação. O Carmelino é o Rei deles.
Quando estou por perto, só olho para rua. Tem cada vez mais carro
estrangeiro passando.
15) Mas tem cada vez mais gente tentando empurrar
bagulho. O que trazem de “tranqueiras “é coisa de doido.
16) Ah vocês leram e não entenderam
o que são moedas de perfil curitibano ? Tá bom. Vamos explicar:
O negócio aqui é o seguinte: O curitibano que se preza, aquele,
tem de ter um carro do ano se possível estrangeiro. A cifra já
esta a quase um carro para dois habitantes. Mas esse não é
o nosso caso. O nosso, são as moedas. Muito bem. A tara dois são
as viagens para a Europa.Europa. Estados Unidos é coisa de Governador
Valadares. O quente é Europa. Não importa como. Aí
sobram as moedas de troco. As prestações apertam é
o negócio é vender o “troco” na feira. São moedas
de minha mãe, antigas.
17) Examinando as peças, a mais velha
é de 1986 e ainda circulante. Vale o câmbio e olhe lá.
E o interessante é que é uma Europa de quatro países:
Portugal, Espanha, França e Itália. Isso é ortodoxo.
Sempre tem.
18) De quando em vez, quando se tem assim “uma
mãe mais velha ”pintam Alemanha e Inglaterra.
19) Moedas da Áustria, Suécia,
Noruega, Irlanda, Dinamarca, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, aqui
vão nas “caixinhas das mais caras”.
20) Leste europeu são “raras”. Vão
em pasta com envelopes plásticos e outras bossas.
JARGÕES.
Antônio Tomaz
É impressionante coma em qualquer entidade
ou agrupamento humano organizado se criam jargões. Normalmente só
conhecidos e entendido pelos membros do grupo. Muitas vezes agridem a semântica
e até a semiótica. Nas reuniões da S. N. P., como
não poderia deixar de ser, tal situação também
ocorre. Alguns exemplos:
1) Quando se começa as vendas sob ofertas,
alguém diz: “Espera o Camilo”. Tradução : -
ainda é cedo. Isso porque o preclaro associado Camilo Sommavilla,
sempre chega atrasado, já com o pregão em andamento. Infelizmente
o Camilo anda meio sumido. SE esperarmos por ele o pregão simplesmente
não sai. Mas ficou a lenda.
2) “Tem Polônia”? É a senha que
o “seu” Anton está chegando. Ele chega, faz a pergunta, se a resposta
for negativa ele vai embora.
3) “O Cícero não veio:”- essa expressão
indica de que há uma reunião especial em qualquer parte do
país. Quando não houver ele sempre já esta. É
o primeiro que chega.
4)”Assinou o livro” - é a senha para dizer
que o cidadão não pegou a plaqueta de arremates.
5) “Vamos passar as peças”. É o
indicativo de que alguém está com pressa.
6) “O causídico e o esculápio”-
é o que diz o ex Alcaide Miguel Pedroso quando há um advogado
e um médico no recinto. Alcaide é prefeito.
7) “Falsas da época” - desgnativo para
uma moeda quase boa digamos duvidosa, meia falsa, ( se é que isso
existe). A expressão foi tirada de um numismata belga dos velhos
tempos, que no seu sotaque dizia: “Falsa da epóca”.
8) “Bacia das almas”- coisa muito baratinha,
ou quem isso quer. Também conhecida como “Batavo”, que era o lugar
onde se vendia “galinha morta”. Essas expressões já varão
os 20 anos. Seus usuários mais afetivo era o Siegfrid. Que saudades
de seu escritório lá no Asa.
9) “É amigo”. - Essa é dos
cariocas. Quando a peça chega a determinado preço, o concorrente
“gentilmente a deixa para o colega”.
10) “Leilão pobre”. - Essa não
é geral. Usada apenas por alguns colecionadores, poucos. Quando
não tem exatamente a peça que ele precisa, no estado de conservação
que ele quer e também com aquele precinho bem conveniente.
11) “Não recebi nada” - a invariável
colocação do associado que está em atraso com a anuidade.
12) “Que saudades do Floriano” - quando aqueles
lotes comuns, baratos e repetitivos que ninguém quer, mas que o
falecido Floriano sempre comprava.
13) Para o número treze, os mais ireverantes,
tipos: “A Sociedade devia ter...”- nesse campo entram: catálogos
de moedas., romanas, gregas, bizantinas, lidias, medievais, etc., etc.,
para se consultar uma vez ao ano. E mais: Catálogos de Notgelds
alemão, austríacas e possível também a Noruega
e Dinamarca. De cédulas particulares de Sevilha na região
da Andaluzia. Um livro de cep do exterior. Um catálogo de bandeiras
nacionais. regionais, estaduais e municipais de todo o mundo. Uma relação
com endereço e cep dos numismatas de todo o Brasil. Uma verba bem
grande e um credenciamento para comprar as moedas comemorativas no Banco
Central. Uma Sede um pouco maior. Uma salinha separada para os fumantes.
E por aí vai. Quem estiver interessado em colaborar a entidade está
aberta e receberá de bom grado. Haverá uso potencial ou afetivo,
pois tais pedidos já foram feitos.
O NOVO FRANCO CONGOLÊS
Vai substituir os velhos e desvalorizadíssimos
“Makutas “e “Zaires”.
O Ministro Congolês de Finanças,
Mawapanga Mwana Naga, anunciou que o governo de L. Kabila va pôr
em circulação cédulas e moedas do Novo Franco Congolês,
com valore de 1 a 100 FRS.
A impressão das notas de 10, 20, 50, e
100 FRS. Foram encomendadas a duas tipografias especializadas, uma casa
de Luxemburgo e a outra dos U. S. A.
Também serão cunhadas moedas
.O conjunto da operação da troca do “Zaire” pelos bancos
vai custaras arcas públicas 10 milhões de $ US.
A data da introdução das novas
cédulas em circulação ainda não foi lixada
pelo governo Congolês.
Antônio José Molina Molina.
HOMENAGEM.
Antônio Tomaz
A Associação Filatélica e Numismática
de Brasília, através de seus “Boletim da AFNB”, nos 13 e
14, de agosto e outubro de 1997, prestou significativa homenagem ao nosso
companheiro Cícero de Lima.
No primeiro Boletim uma pequena biografia e no
segundo a publicação de seu retrato na primeira página
e o comentários na página 11, sob o titulo “Peça Raríssima”.
A iniciativa de tal homenagem é também
de companheiro Cléber José Coimbra, Diretor de Publicações
daquela Associação e também associado de nossa Sociedade.
Cícero de Lima é fundador e sócio
remido da Sociedade Numismática Paranaense, foi o primeiro presidente
por três gestões. 1991 / 1993, 1993 / 1995 e 1995 / 1997.
Nesta atual diretoria, ocupa o cargo de Diretor de Divulgação.
Só deixou a presidência por sua vontade até relutando
muito em aceitar o atual cargo. Comparece regularmente em todos os encontros
nacionais, bem como as feiras realizadas aos domingos pela manhã
na Praça Garibaldi.
Na sua gestão está capitalizada
a integração e desenvolvimento da entidade e como obra principal,
a aquisição da sede própria no Edifício Tijucas.
Promoveu 13 encontros nacionais no período, agregou os telecartofilistas,
promoveu reunião especial às quartas feira a noite. Inscreveu
a entidade para a aquisição de telefone próprio o
que saiu recentemente. Conseguiu o reconhecimento da Sociedade como de
utilidade pública, através de lei especial . Doou varias
obras para a biblioteca. Promoveu a restauração da sede com
pinturas, reformas de banheiros, instalações elétricas
e hidráulicas, mobiliou a entidade com a equisição
de mesas, cadeira, geladeira, etc.
Hoje , mesmo fora da presidência, continua
colaborando e oferecendo sua experiência pessoal e profissional,
como ex presidente, numismata e empresário.
Marcos Aurélio Lepca, e que vem presidindo
a S. N. P. desde abril desse ano, vem dando continuidade às obras
de Cícero. Sobre tudo a sua modernização. Contratou
funcionária, para que a entidade de expediente diário, adquiriu
computador, desenvolvendo programas na área de cadastramento de
sócios, tesouraria e também para a realizações
de leilões. Fez o empréstimo sem ônus de telefone para
a Sociedade, até a chegada do próprio adquirido diretamente
da Telepar. Promoveu também neste ano um segundo encontro nacional
no inicio de novembro, com algumas alterações dos anteriores,
graças as experiências obtidas nos encontros anteriores. Por
certo, no vão do tempo, novas idéias ainda serão implantadas,
tudo para o engrandecimento da Sociedade Numismática Paranaense.
E para finalizar, só nos resta agradecer
em nome de toda a Diretoria da S. N. P., as homenagens prestadas pela AFNB,
através do Cléber Coimbra ao nosso companheiro e ex presidente,
Cícero de Lima. Trata-se de homenagem a nível nacional, até
porque seus Boletim tem uma tiragem de 1500 exemplares. Hoje Cícero
é mais conhecido no Brasil. Pouco mais do que já era. Pode
até se bondade do Cléber, mas que o velho Cícero merece,
merece...
DEU NO JORNAL
O Sr. Danilo Lobo, atual presidente da Telerj,
foi denunciado pelo procurador Rogério Soares Nascimento, junto
ao juiz da 13ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Motivo da denúncia - Em 1993 Danilo Lobo
no comando da Casa da Moeda, contratou sem licitação uma
empresa para fazer as medalhas alusivas aos 300 anos da aludida instituição.
Alegou em sua defesa uma situação
de emergência para não fazer a concorrência.
Ora, situação mais previsível
que essa, impossível. O evento era previsto a exatamente três
séculos. Por outro lado, o ilustre procurador também demorou
um pouco para oferecer a denúncia. Quatro anos.
Já há algum tempo a imprensa notificou
que o Brasil iria fazer as cédulas de plástico. As primeiras
notas davam conta de que o Brasil seria o pioneiro em tal modernismo. Curiosamente
que o Brasil sempre é o pioneiro em tudo. Só que os outros
nem sempre concordam. Nesse caso específico com muita razão.
A Austrália em 1992 já houvera lançado suas notas
plásticas comemorativas aos 200 anos da colonização.
Também as Ilhas de Man, a Samoa Ocidental, o Brunei e outros.
As últimas notícias dão
conta de que as cédulas testes do Brasil., irão para a Austrália,
onde receberão o “acabamento final”. Para quem leu a primeira nota
e não é do ramo, realmente fica a idéia de que a coisa
foi inventada por aqui.
As novas moedas que circularão a partir
de junho de 1998, em variadas cores, na verdade são de um mesmo
metal. Aço inox, igualzinha as de hoje. Só que aço
inox colorido. Tecnologia inglesa adquirida. Também nada de inédito.
Até porque, a própria Casa da Moeda do Brasil, já
confeccionou moedas nesse sistema há alguns anos para o Paraguai
e Moçambique. São aquelas moedas amarelas que pegam no imã.
Um jornal do interior de São Paulo, edição
de 04 de outubro, publica uma reportagem sobre a coleção
de cartões telefônicos de um senhor de 60 anos. Conta a sua
história, que possui 800 cartões, menciona o aspecto cultural,
fala também das cts. Estrangeiros, tudo muito certinho e bonitinho.
Encerra a reportagem com uma publicação do ct. Galo da Serra
e põem seu preço. R$ 700,00. Aí já é
demais. Que tem cartões ao preço de R$ 700,00 tem. Mas não
o Galo da Serra .
COLECIONAR... AJUNTAR
Antônio Tomaz
Já de algum tempo queria, ou até por
achar necessário, escrever algo sobre o ”colecionismo e o ajuntamento”.
Valendo logicamente para tudo. Das moedas as cédulas, dos selos
aos cartões telefônicos, como também para outros materiais
colecionáveis, ou até mais propriamente ajuntáveis.
contudo, não sei porque, não queria
que fosse de minha lavra. Talvez até para não ferir sucetibilidades.
Considero-me, ou consideram-me um critico meio cáustico dessa matéria.
A exemplo de Kurt Prober, “... com o feio hábito de dizer o que
sente... “
Assim o tempo foi passando. Ah! o tempo. Sempre
o tempo. O que resolve tudo. Um dia eis que me chega o Cícero com
um monte de recortes de jornais. - Você que é “ajuntador”
nato de tudo, isso pode lhe interessar. Eu disse nato, não notório
que é outra coisa.
Tais fragmentos eram colunas numismáticas
publicadas entre os anos de 1960 e 1965, a maioria do Correio do Povo por
Francisco Gandolfo e outras poucas por Victor Santin no Diário Popular.
ambos os periódicos de Porto Alegre.
Poxa, como isso realmente interessa. Passando
afinada leitura sobre elas, encontramos matérias de relevante importância.
Numa delas, publicada em 27 de novembro de 1962 no Correio do Povo, autoria
de Francisco Gandolfo, sob o título: “Numismática, Lição
de História”, eis que encontramos exatamente o que estavamos esperando.
Assunto - coleção - ajuntamento. Assim transcrevemos
na integra. É um pouco extensa, ma a leitura e a reflexão,
realmente valem a pena.
NUMISMÁTICA, LIÇÃO DE
HISTÓRIA
Moedas testemunham os fatos de seu tempo - Uma
coisa é colecionar, outra o “ajuntador”
A história de uma nação,
também revela-se através de suas moedas, logo, divulgar a
Numismática, é ensinar história.
Das ocupações agradáveis,
a mais interessante, a mais elevada, a que pode dar maior satisfação
é, certamente, a Numismática. Ela permite o estudo da humanidade
em suas relações religiosas, civis, sociais e políticas.
As moedas representam uma recordação histórica das
Nações do passado. É a testemunha dos fatos de seu
tempo, corrigidos erros de data, retificando falsas lendas e atravessando
o século, sem perder a sua perfeita e inalterável qualidade.
“É o erro fundamental supor que a coleção
de moedas é divertimento de pessoas abastadas, pois na verdade,
embora pareça paradoxal, as “coleções ricas se encontram
nas mãos de colecionadores pobres e remediados, que, sem pressa
e afobação, sem egoísmo e loucura, vão lentamente,
no decorrer dos anos, colecionando as verdadeiras preciosidade da numismática.
Pouco importa a um numismata estudioso que um colecionador afobado gasta
fortuna para encontrar um sedativo para a sua vaidade ou satisfazer sua
ânsia em mostrar opulência, pois ele sabe que as peças
verdadeiramente raras não estão a venda, seja qual for a
importância oferecida, mas são cedidas entre aficcionados
por questões de amizade ou simpatias inexplicáveis”. ( K.
Prober - “Manual da Numismática” 2ª edição -
p. 1945, pág. 136).
Após esta citação, resta
o pensamento do prof. L. N. da Gama, em o Decálogo do colecionador”
que assim se expressa:
“Em primeiro lugar devemos distinguir o colecionador
do “ajuntador”.
O “ajuntador” amontoa toda e qualquer moeda que
lhe caia às mãos, de preferência estrangeiras, não
se preocupando em estudá-las, classificá-las e, geralmente,
nem mesmo em limpá-las. Seu prazer é apregoar que tem muitas
moedas( de todas as partes do mundo) e, quando encontra um colecionador
de moedas brasileiras, diz, com menosprezo: - Mas, você só
tem do Brasil?
E mostra com orgulho uma peça de sua “arca”,
nova em idade, velha em sujeira:
- Esta é da Pérsia.
- da Pérsia?
- Da Pérsia... do Egito... não
sei bem. É por ali. Foi meu cunhado quem trouxe...
O colecionador é diferente. E, ainda aqui
devemos distinguir três tipos:
1º - apaixonado e sem dinheiro.,
2º - endinheirado e sem paixão.,
3º - com paixão e com dinheiro.
O segundo tipo só difere do “ajuntador”
porque trata bem as suas peças: móveis bonitos, vitrines,
até mesmo um esboço de sistematização. Muito
conforto e pouco carinho. Pobres moedas. A esse tipo pertencem os que compram
coleções já fechadas, do mesmo modo porque compram
bibliotecas “de ornato”.
O 3º tipo compreende os grandes desiludidos.
Os que chegaram `a conclusão de que o dinheiro nem tudo compra.
São obrigados a consolar-se com falhas de suas coleções
e a contemplar verdadeiras raridades em mãos de quem traz o bolso
vazio. Mas, se tem de fato alma de colecionador, aprenderão a ter
paciência e a esperar.
Ao primeiro tipo pertencem os que sabem preservar
pacientemente, conquistando de uma em uma, as peças de sua coleção.
Cada nova conquista é uma vitória e uma alegria, que só
um colecionador apaixonado pode sentir. O colecionador com dinheiro deixou
de sentir essa pequenas alegrias: adquiriu com facilidade o que pode Ainda
aqui, na numismática, é a dificuldade que adoça o
prazer.
O “ajuntador”, quando adquire uma peça,
olha-a com vaidade tola, exibe-a e atira-a ao fundo da caixa. O colecionador
não. Enquanto não esmiuça todas as particularidade,
fazendo o exame individual e a “morfologia comparada”. de modo a classificar
a nova peça, não fica satisfeito.
O “ajuntador” é incapaz de dar informações
exatas sobre as peças que possui. O colecionador elabora o catálogo
de sua coleção e nele assinala as particularidades de cada
exemplar. facilita, assim, o confronto com peças novas., evita a
aquisição de duplicatas., não perde oportunidade de
enriquecer com “Variantes ”a sua coleção.
O “ajuntador” despreza, às vezes, exemplares
raros, ignorantemente, porque a sua conservação não
é boa. O colecionador nada despreza: incorpora à sua coleção
todo e qualquer exemplar, substituindo por outro melhor conservado quando
se apresentar oportunidade.
Ajuntador, colecionador e numismata nem sempre
são, no entanto tipos individuais completamente distintos. É
comum serem fases de um mesmo processo evolutivo. Juntando moedas é
que surge o gosto de colecionar. Do gosto de colecionar, a necessidade
de sistematizar e, consequentemente, o desejo de estudar.
Para o colecionador podemos organizar o seguinte
“decálogo alfabético”.
A - ADQUIRIR uma só peça de cada
espécie .,
B - BARGANHAR em igualdade de condições.,
C - CLASSIFICAR antes de guardar.,
D - DIVULGAR os conhecimentos que possui.,
E - ESTUDAR a história de suas peças.,
F - FRATERNIZAR com seus colegas.,
G - GUARDAR adequadamente suas peças.,
H - HABITUAR-SE a ser metódico e paciente.,
I - INCENTIVAR os colegas mais novos.,
J - JAMAIS mercantizilar
De acordo com este decálogo o colecionador
não deve querer açambarcar o mercado e conservar em seu poder
diversas peças iguais, impedindo que outros a possuem ( A ).
Nunca deve trocar uma peça rara por duas
ou mais de raridade menor ( B ).
Deve classificar as suas peças e organizar
o catálogo de sua coleção ( c).
Deve divulgar os conhecimentos e experiências
que adquiriu, citando honestamente as “fontes”, sempre que isto for possível.
cooperará, assim, para o desenvolvimento da numismática.
É ingênuo o que supoem ser o único a ter observado
determinada caracteristica. O espirito de observação não
é privilegio de ninguém. Outros chegaram ao mesmo resultado
e a Divulgarão para o benefício de todos ( d).
Deve habituar-se a ser metódico e paciente,
certo de que as moedas não estão a sua procura e sim ele
a cata de exemplares que cada dia se tornam mais raros (H ).
Não deve visar lucros pecuniários
ao adquirir uma peça, nem explorar os colegas incautos( H ).
No Aurélio:
Colecionar = fazer coleção de.
Ajuntar = ( a apenas) reunir.
Juntar = unir-se
Como se pode ver, é tudo diferente.
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